Colheita de arroz e grãos está oficialmente aberta
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Segunda-Feira31 de Março de 2025

35ª edição

Colheita de arroz e grãos está oficialmente aberta

Solenidade em Capão do Leão destaca o início do ciclo produtivo e a importância da orizicultura para a economia e segurança alimentar

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Atualizado quinta-feira,
20 de Fevereiro de 2025 às 20:35

Colheita de arroz e grãos está oficialmente aberta
Abertura oficial da colheita ocorreu em Capão do Leão. (Foto: Paulo Rossi)

A safra de arroz e grãos no Rio Grande do Sul está oficialmente aberta. Em solenidade realizada no fim da tarde de ontem, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, produtores, autoridades e especialistas do setor acompanharam as tradicionais três primeiras colheitadeiras entrarem em ação. Além do começo de mais um ciclo produtivo, o ato simbólico marca a importância da cultura do arroz para a economia e segurança alimentar do país e destaca os desafios e avanços da orizicultura.

Neste ano, três dias de programação intensa contaram com debates sobre inovação, sustentabilidade e políticas agrícolas, e as abordagens estiveram sempre em torno da produção de alimentos no pampa gaúcho, o tema principal. Com expectativa de uma safra promissora, a cerimônia final evidenciou o papel fundamental dos produtores no abastecimento nacional, em um cenário de constantes transformações climáticas e econômicas.

O diretor executivo de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa, Clenio Pilon, destaca que é um sonho cultivado por muitos anos trazer o evento para a região de Pelotas, que o recebe pela sétima vez consecutiva em 2025. Entre desafios estratégicos, o gestor cita a busca pela segurança e soberania alimentar, a realidade das mudanças climáticas a serem enfrentadas e o desafio da descarbonização. Por fim, ressalta o papel da ciência e políticas públicas pela inclusão socioprodutiva e digital dos produtores rurais.

O vice-presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Domingos Velho, evidencia a importância da irrigação nas lavouras e a necessidade de se falar em reservação de água. Além disso, lembra do endividamento dos produtores em relação aos quatro anos de seca e a enchente de abril e maio do ano passado, e pontua a necessidade de alongamento de dívidas.

O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, assume o alto custo de produção do arroz e a necessidade de atualização dos preços pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), além da manutenção do livre mercado. Ele alerta para o endividamento dos produtores devido aos baixos preços e à falta de um seguro agrícola adequado, e cobra investimentos em irrigação, infraestrutura e energia no Estado, reconhecendo avanços como o acordo sobre o Bioma Pampa. Prestes a encerrar sua gestão na Federarroz, ressalta a união das entidades como o maior legado.

Previsão de produtividade

Para a Federarroz, entidade organizadora do evento, há uma previsão de produtividade muito semelhante à do ano anterior. De acordo com André Matos, diretor técnico da entidade, apesar do aumento de área, pode haver prejuízos nas plantações, em decorrência das condições climáticas desfavoráveis. Além disso, cerca de 10% da área plantada foi semeada fora do período ideal para o plantio. Isso significa que essas plantações podem enfrentar dificuldades no desenvolvimento, pois não foram plantadas dentro da janela climática mais favorável.

Área total semeada de arroz no RS: 970.194 hectares, um aumento de 7,8% em relação à safra anterior.

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