A programação diversificada é um dos pontos altos da Abertura da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas. No segundo dia de feira, as oportunidades variaram desde inovação e tecnologia no agronegócio, gestão sustentável e comercialização de commodities, até a legislação ambiental, custos de produção. Além disso, os painéis continuaram a discutir as mudanças climáticas, com temas como inteligência de dados, startups no agro e sistemas integrados de produção.
A Arena Digital é parte integrante do evento pelo segundo ano consecutivo. Em um estande diferenciado e moderno, especialistas abordam temas atuais como meio ambiente, sustentabilidade, tributação e finanças. Destaque para a palestra de Marcos Leandro Kazmierczak, diretor e fundador da Kaz Tech e doutor em desastres naturais, que palestrou sobre os impactos das mudanças climáticas na orizicultura gaúcha.
O especialista defende que é fundamental começar a vencer a inércia em relação aos acontecimentos climáticos extremos. Segundo ele, os dados que existem precisam se transformar em informação para a comunidade, e orientar ações para mitigar as causas do aquecimento global e combater os seus efeitos. Isso tornaria a vida em áreas urbanas mais confortável e diminuiria os riscos em áreas rurais.
Mudanças climáticas
De 1990 até hoje, o cenário de probabilidade de eventos climáticos extremos aumentou em 200%, com elevação no impacto destrutivo. Houve crescimento do volume de chuvas e ampliação do período de estiagem, ou seja, atualmente chove mais em menos dias. O risco de temporais e chuvas torrenciais também tende a aumentar, segundo Kazmierczak, além das temperaturas máximas e das ondas de calor.
Para se preparar e proteger a população diante dessas mudanças, o especialista acredita que é preciso ter mais dados sobre esses fenômenos que permitam a sua previsão antecipada. A instalação de novos sensores e estações meteorológicas é uma necessidade. Ele também diz que no Brasil, muitas vezes, é preciso “garimpar” as informações, pois não há um repositório único que o usuário possa acessar e saber tudo o que precisa.
Pasto sustentável
Sobre a temática da importância dos pastos e forrageiras nos sistemas de integração lavoura-pecuária, o pesquisador da Embrapa, Danilo Santana, explica como a manipulação dos elementos da fase pastoril pode ser feita em benefício da sustentabilidade das lavouras de grãos. No sul do Brasil, existem espécies forrageiras de ciclos distintos (de inverno, de verão, perenes, anuais, etc.). A ideia de Santana é associar essas espécies para que se tenha o “pasto 365 dias”.
Os pastos desempenham um papel fundamental na qualidade e fertilidade do solo, além de contribuírem para o controle de plantas invasoras. Posteriormente, ao reintegrar as lavouras de grãos nessas áreas, há um impacto positivo na produtividade e na estabilidade da produção. Além de não poluírem, eles melhoram a estrutura do solo, intensificam a produção de forragem e, no balanço final, contribuem para o sequestro de carbono, pois parte do carbono fixado pela fotossíntese é incorporado ao solo.
Painéis de quinta-feira
Para esta quinta-feira (20), dia da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, os painéis da Embrapa contam com uma programação voltada exclusivamente ao arroz, com foco no melhoramento genético do grão e no lançamento de uma nova cultivar de arroz que pode ser cultivada no Rio Grande do Sul.
