Suéllen de Medeiros Cortes, mais conhecida como Prof. Suka, tem 35 anos, é formada em História pela UFPel e produz vídeos sobre curiosidades históricas da cidade. A educadora já soma mais de 15 mil seguidores no Instagram e ensina muito além da sala de aula.
O que te motivou a começar a produzir conteúdo sobre Pelotas na internet?
Na minha carreira como professora, em diversos momentos eu apresentei para os alunos curiosidades históricas de Pelotas, para linkar o conteúdo com coisas nossas, coisas daqui. E na maioria das vezes os estudantes não faziam ideia do que eu estava falando! Insistia, apresentava, trazia mais elementos e eles sugeriram que eu fizesse em vídeo. De lá para cá os vídeos falam para diversos pelotenses que se reconhecem e querem contar a sua história.
Qual foi a história ou curiosidade que mais te surpreendeu durante as pesquisas para os vídeos?
O vídeo sobre os porões da antiga cervejaria Ritter. Eu sabia que este vídeo alcançaria muitas pessoas porque há uma lenda sobre possíveis túneis no subterrâneo de Pelotas e o vídeo era exatamente para explicar que não existem túneis, mas sim porões e galerias do Sanep. Não há nada comprovado sobre túneis, mas o mistério em torno da antiga cervejaria e a aproximação de outras lendas que envolvem a 2ª Guerra Mundial fez com que este fosse o vídeo mais acessado e que mesmo com o vídeo as evidências e as fontes apresentadas, muitas pessoas insistem nas lendas.
Como você vê o impacto do seu conteúdo na valorização da memória e identidade local?
A ideia inicial era despertar nos meus alunos o reconhecimento e valorização da memória sobre a cidade. Em pouco tempo os vídeos romperam barreiras e chegaram em diversos públicos que se reconhecem no que está sendo apresentado e ficam felizes por seus lugares de memória estarem sendo valorizados. Penso que isso pode fazer com que mais pessoas olhem para o patrimônio da cidade com cuidado para preservar e com orgulho.
Quais são os maiores desafios de produzir conteúdo histórico e engajar o público com esse tema?
A dificuldade de acessar alguns lugares, as permissões de órgãos públicos ou a impossibilidade de acesso por serem privados, assim como a falta de algumas fontes. É uma produção muito orgânica. Sou professora em escolas e cursinho, os vídeos não são meu trabalho, por isso consigo fazer apenas um por semana, para poder ter tempo de pesquisar, escrever, gravar e editar.