Safra do figo deve chegar a 200 toneladas em Pelotas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira11 de Fevereiro de 2025

Fruticultura

Safra do figo deve chegar a 200 toneladas em Pelotas

Questão da irrigação, praga e concorrência de produtores maiores de outras regiões são responsáveis pela queda na produção

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Safra do figo deve chegar a 200 toneladas em Pelotas
Pelotas conta com 20 hectares destinados ao cultivo da fruta. (Foto: Divulgação)

Em 2025, a safra do figo em Pelotas deve ficar próxima das 200 toneladas, estima a Emater – RS/Ascar. Alguns problemas enfrentados pelos produtores nos últimos anos, como nematóide no solo, necessidade de irrigação para incremento de produção e concorrência de produtores de outras regiões são os responsáveis pela redução dos últimos anos. Atualmente, são 20 hectares em Pelotas destinados ao cultivo da fruta.

De acordo com o assistente técnico regional de fruticultura e supervisor Regional da Emater, Edgar Norenberg, a indústria local vem optando pela compra de figo de outras regiões do Estado pela possibilidade de adquirir a carga fechada, o que também contribui para desestimular o incremento de área destinada ao figo na região sul.

“De uns oito anos para cá surgiram algumas iniciativas porque aumentou o preço do figo. Algumas prefeituras como Morro Redondo e Canguçu criaram programas para estimular a produção, mas como a lógica das indústrias de compra do produto não mudou não surtiu tanto resultado”, relembra.

Em 2024, o preço do quilo do figo para o produtor era de R$ 8. “Nesse ano, mesmo com uma safra não tão boa, estão pagando R$ 7, o que gera desestímulo para o produtor”, avalia Norenberg.

Problemas de clima

O chefe do Escritório Municipal da Emater RS/Ascar de Pelotas, Rodrigo Prestes, ainda destaca outros dois problemas enfrentados pelos produtores nos últimos anos: nematóide no solo, vermes microscópicos que podem causar doenças nas plantas, prejudicando a absorção de nutrientes e água; e necessidade irrigação devido a produção responder melhor com maior disponibilidade de umidade no solo.

“É uma cultura que tem potencial ainda de crescimento, sempre analisando a questão de mercado”, comenta Prestes. Atualmente, Pelotas conta com 20 produtores e 20 hectares destinados ao cultivo da fruta. Já São Lourenço tem estimativa de produção de 210 toneladas para 2025, em 30 hectares de área destinados ao cultivo da fruta.

Falta de chuva

De acordo com o produtor Marni Bosenbecker, do 5º Distrito de Pelotas, a falta de chuva deve impactar a produção. “Eu esperava colher umas 20 toneladas neste ano. Devido à falta de chuva e calor em 2025, e as noites frias em novembro e dezembro de 2024 eu acho que vai ficar em torno de 10 toneladas no máximo”, projeta.

Além de figo, Bosenbecker produz pêssego, tem cinco mil mudas de morango, milho e tomate. Na safra de 2024, o produtor obteve 18 toneladas de figo. Na avaliação do produtor, a comercialização com a indústria é boa, visto a baixa produção local atual. “As principais dificuldades que enfrento se dão devido ao clima. Há dois anos foi a seca, ano passado excesso de chuva e frio, e em 2025 calor excessivo. Também, falta um apoio técnico mais específico para a figo”,

Safra no Estado

No Rio Grande do Sul, a expectativa para a safra de figo deve ficar em torno de 4 mil toneladas, rendimento ainda ficará cerca de 10% abaixo da média, de 4,4 mil toneladas, por conta dos danos causados em pomares durante as enchentes de abril e maio de 2024.

No Estado, são 669 unidades produtivas e 554 hectares, de acordo com o Levantamento Frutícola da Emater-Ascar. A cultura tem Feliz, no Vale do Taquari, Nova Petrópolis, Gramado, Caxias do Sul, São Lourenço do Sul, Pelotas, Encantado, São Pedro da Serra, Piratini e São Sebastião do Caí como as localidades de maior produção.

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