Um terço dos pelotenses está inadimplente

Finanças

Um terço dos pelotenses está inadimplente

Dívidas bancárias e de contas básicas lideram o ranking de endividamentos no país, aponta Serasa

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Um terço dos pelotenses está inadimplente
Ticket por pessoa supera os R$ 5 mil. (Foto: Jô Folha)

O número de devedores em 2024 é o segundo maior da história da inadimplência no país, apesar de uma leve queda registrada em dezembro, conforme pesquisa da Serasa. Em Pelotas, são 107.573 pessoas com o popular “nome sujo” e o valor total das dívidas ultrapassam os R$ 573 milhões. O RS registrou um índice de inadimplência abaixo da média nacional, com 40% da população adulta devedora, e é o terceiro estado com menor percentual de endividados no país.

O especialista em Finanças Pessoais da Serasa, Thiago Ramos, explica que, mesmo com a boa colocação, o RS ainda apresenta um número alto: mais de um em cada três adultos gaúchos estão na condição de devedores. Apesar disso, o Estado está distante dos que lideram o ranking nacional.

Segundo Ramos, o aumento de dívidas no ano passado aconteceu principalmente nos setores financeiros e de contas básicas. A esfera bancária continua liderando o ranking de dívidas do país, com 27% dos registros na Serasa. Em segundo lugar, vêm as contas básicas de água, luz e gás, com 22%. Em terceiro, as financeiras, responsáveis por 18% das dívidas. “A inadimplência cresceu puxada por dívidas dos consumidores em relação aos bancos”, resume o especialista.

Jovens endividados

Os jovens, pessoas de até 25 anos, representam 11% das dívidas no Brasil. No Rio Grande do Sul, esse índice é de 11,5%. Para Ramos, o principal fator nesse cenário é a falta de educação financeira, tanto culturalmente quanto no ensino formal. Segundo ele, o tema não é frequentemente abordado pelas famílias. Além disso, no ensino, a educação financeira muitas vezes não está presente na grade curricular de escolas públicas ou particulares.

“Para muitos jovens, o primeiro contato com o sistema financeiro ocorre ao conseguir um estágio ou emprego que exige a abertura de uma conta bancária para o recebimento do salário junto com essa conta, geralmente são oferecidos cartão de crédito, cheque especial e outras opções de crédito. No entanto, muitos jovens não compreendem como utilizar esses recursos com responsabilidade”, analisa.

O estudante da UFPel, Pedro Barcelos, 22 anos, revela que as principais dívidas atualmente são em lojas de roupas, cartão de crédito e crediário em loja. Além da desorganização financeira, ele aponta para problemas pessoais como o desemprego e outras prioridades, que impediram o acerto de contas. “Já tentei fazer alguns parcelamentos, mas os juros que as empresas colocam torna inviável de se resolver no momento”, reclama. “Estou tentando me reorganizar para tentar pagar ou infelizmente viverei negativo.”

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