Ato oficializa abertura da safra do camarão na Colônia Z-3

Pesca

Ato oficializa abertura da safra do camarão na Colônia Z-3

A captura foi liberada no dia 1º deste mês, porém até agora poucos pescadores foram para a Lagoa dos Patos

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Atualizado sábado,
08 de Fevereiro de 2025 às 15:43

Ato oficializa abertura da safra do camarão na Colônia Z-3
Prefeito, Fernando Marroni (PT), disse que vai lutar pela alteração da instrução normativa atual (Foto: Jô folha)

“Não temos expectativa, a gente tem muita esperança, esperança que a safra seja boa”, falou o presidente do Sindicato dos Pescadores da Colônia Z3, Nilmar Conceição, na abertura oficial da temporada do camarão em Pelotas. Durante o ato que ocorreu no quiosque da Z3 no final da manhã deste sábado (8), o prefeito, Fernando Marroni (PT), fez a entrega simbólica de licenciamentos para alguns pescadores convidados.

A safra 2025 começou no dia 1º deste mês, mas por enquanto poucos pescadores têm saído em busca do crustáceo, que ainda não está no tamanho ideal para se tornar lucrativo. Nilmar Conceição esclarece que tem camarão na Lagoa dos Patos, mas os pescadores esperam que ele cresça mais. 

Nestes primeiros dias de captura se verificou que o crustáceo tem se apresentado com uma média de sete centímetros de comprimento, mas o ideal é que chegue a nove. “Hoje já se encontra de nove, o clima está favorecendo, com essa temperatura quente ele cresce, acredito que dentro de uns dez dias vamos ter camarão com o tamanho ideal”, explica o presidente do Sindicato.

Nos últimos cinco anos, a melhor safra foi a de 2021, naquele verão foram capturados seis mil toneladas, de lá para cá os pescadores têm tido algumas decepções. Durante a cerimônia alguns convidados falaram da resiliência do ecossistema da Lagoa, que sofreu com as enchentes de maio do ano passado. “A gente sabe que tem muitos elementos da enchente, que atrasou um pouco a safra, mas a expectativa é ter uma boa e se Deus quiser vamos ter”, comenta Conceição. 

Preparativos prontos

A Lagoa dos Patos tem cerca de três mil pescadores licenciados, em Pelotas são 613. Moradora da Z-3, há 35 anos, Flávia Silveira Pinto foi uma das que recebeu, simbolicamente, a licença de pesca e os votos de boa safra do prefeito Marroni. “A gente ainda não foi para a Lagoa, ainda estamos nos preparativos, porque ele ainda está meio miudinho, preferimos esperar um pouco e capturar um camarão maior, que dê mais resultado”, conta a pescadora, que também atua no Grupo Redeiras, que produz biojóias e acessórios com a reciclagem de redes de pesca e escamas de peixes.

Flávia Pinto, que recebeu a licença simbólica do prefeito, deve começar a captura do camarão na segunda-feira (Foto: Jô Folha)

Provavelmente, Flávia vá para a Lagoa na segunda-feira, carregando o material de trabalho nas mãos, animada pela esperança de uma ótima. “No ano passado deu muito pouco, muito pequeno e eu achei que, depois de toda essa enchente que a gente sofreu, que iria ser fraco de novo, mas estamos nos surpreendendo.”

Flávia ainda não sabe precisar o valor do camarão que ela vai capturar, mas deseja vender acima de R$10,00. “A gente queria que fosse uns R$15,00, tudo subiu, o óleo, o gelo”, avalia Flávia, que é pescadora profissionalmente há 29 anos. 

Preço de venda

A maior preocupação, por agora, é com o preço de venda para empresas e comércios de varejo que está na média de R$10,00 a R$12,00 o quilo, considerado baixo pelos pescadores. “Estamos muito preocupados com essa questão da comercialização, porque o óleo diesel e outros insumos que a gente precisa subiram muito. Uns R$15,00 seria o ideal pra nós”, confirma Conceição.

Quanto ao valor que chega ao consumidor, Nilmar lembra que não tem como saber, mas ele indica a compra nas feiras do pescador, que tem em quase todos os bairros da cidade. “Com o decorrer da safra o consumidor final vai ter um camarão com preço acessível e de qualidade”, promete. 

Instrução normativa

Aos pescadores, o prefeito Marroni prometeu que vai lutar pela revisão da instrução normativa do calendário da pesca. O que fará com que a data da safra se altere conforme a entrada e o desenvolvimento do crustáceo na Lagoa dos Patos. Segundo o prefeito é possível monitorar de forma precisa, evitando perdas para a comunidade pesqueira. “A natureza nos exige isso”, diz. 

Outro tema levantado pelo prefeito foi sobre a comercialização da safra. Marroni disse que é preciso reerguer a cadeia produtiva da região e lamentou que o lucro do pescador fique apenas no preço do pescado na origem. “É o que querem pagar, na hora que a gente não tem mais onde botar o camarão.” 

O prefeito falou sobre a possibilidade de se obter mais renda, com a industrialização do crustáceo. “É tirar a casca, embalar e congelar e isso multiplica por cinco ou seis vezes o preço do nosso camarão. Vamos enfrentar esse tema”, diz. 

Quanto ao valor que chega ao consumidor, Nilmar lembra que não tem como saber, mas ele indica a compra nas feiras do pescador, que tem em quase todos os bairros da cidade. “Com o decorrer da safra o consumidor final vai ter um camarão com preço acessível e de qualidade”, promete.  Também participaram do ato, a vice-prefeita, Daniela Brizolara (PSOL), o deputado estadual, Zé Nunes (PT), o vereador Ronaldo Quadrado, o secretário de Desenvolvimento Rural, Anderson Fernandes Schmidt, e o gerente regional da Emater, Reinaldo Maciel, entre outros.

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