Pelotas estuda solução para filas da saúde

Desafio

Pelotas estuda solução para filas da saúde

Equipe da SMS se reúne semanalmente com gestores dos hospitais credenciados com objetivo de acelerar o acesso ao atendimento

Por

Pelotas estuda solução para filas da saúde
Pronto Socorro tem tido excesso de demanda. (Foto: Jô Folha)

A redução das filas de espera para atendimentos em saúde é um dos desafios do governo de Pelotas. Atualmente, a cidade enfrenta desafios na área, com 60 mil pacientes à espera de atendimentos especializados e uma média de 60 pessoas aguardando vaga em hospitais no Pronto Socorro (PS). Além disso, há uma demanda reprimida de 118 pacientes oncológicos e cerca de oito mil cirurgias eletivas pendentes. Enquanto isso, a prefeitura estuda ações para que o serviço se aproxime da necessidade da população.

Esse panorama geral dos serviços de saúde pública em Pelotas é o que desmotiva o pelotense Francisco Neto Bastos, 64 anos. Além de criticar o atendimento do PS pelo número restrito de médicos e enfermeiros, o homem garante: todo mundo conhece alguém que já precisou de leito nos hospitais e aguardou por muito tempo até consegui-lo. “Tu fica uma semana esperando no corredor do PS, te mandam para casa, tu vai na central de saúde e não tem previsão”, explica.

De acordo com a administração municipal, a Secretaria de Saúde (SMS) tem se reunido semanalmente com gestores dos quatro hospitais pelotenses credenciados para atendimento SUS — Beneficência Portuguesa, Santa Casa, Hospital Escola (HE/UFPel) e Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP/UCPel). O objetivo é estudar alternativas conjuntas para melhorar o serviço de saúde e reduzir o tempo de espera.

Problemas identificados

Um dos problemas que a titular da SMS, Ângela Vitória Moreira, aponta, é o tempo de ocupação dos leitos hospitalares, que é considerado alto (média de 14 dias). Em alguns casos, o problema não decorre da necessidade de permanência do paciente no hospital, mas pela demora para realização de exames e para ter acesso a alimentos ou a medicamentos especiais. “Neste momento, se cada um dos quatro hospitais pudesse oferecer mais 15 leitos, o tempo de espera no PS cairia significativamente”, afirma.

Programa de redução de filas

O prefeito Fernando Marroni (PT) menciona que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sinalizou apoio a um programa de redução de filas específico para Pelotas. A gestão local da saúde conta com o apoio do Programa Nacional de Atenção Especializada (Pnae), que prevê acréscimo nos valores repassados se os hospitais aderirem a uma “linha de cuidado integral”.

Segundo Marroni, além de negociar e reforçar o canal de diálogo com os hospitais, o governo tem identificado os obstáculos para ampliar as ofertas e aumentar a resolutividade dos serviços, apoiando os hospitais tanto na busca de recursos financeiros como na governança da distribuição dos recursos.

Soluções propostas

  • Aumentar a oferta de consultas em oftalmologia e cardiologia para pacientes em situação de urgência, na Beneficência Portuguesa. Hoje, as consultas em cardiologia são limitadas em 70 por mês.
  • Ampliar a rotatividade de pacientes e credenciar novos serviços de alta complexidade em onco-hematologia na Santa Casa. “Hoje pacientes com leucemia estão sendo levados a Porto Alegre para tratamento, quando Pelotas tem capacidade técnica para resolver, apenas precisa de alguns ajustes na estrutura, na gestão e contar com os profissionais necessários”, afirma a secretária.
  • Expandir consultas em urologia no HE e aumentar a oferta de leitos clínicos no HU, além de dotar o quadro de profissionais para cirurgias cardíaco-pediátricas.

Acompanhe
nossas
redes sociais