A operação Falsus Heres III, deflagrada pela Polícia Civil gaúcha, emitiu mandados de prisão temporária a dois homens no Rio Grande do Norte, suspeitos de aplicar um golpe para desviar a herança deixada por uma idosa de Pelotas. Os indivíduos teriam fraudado documentos públicos e particulares com o objetivo de receber o montante de cerca de R$ 9 milhões. Os suspeitos conseguiram transferir dois imóveis que integram a herança.
As investigações iniciaram com o registro de ocorrência por parte dos verdadeiros herdeiros. Ao iniciar a documentação de inventário, os familiares constataram que um indivíduo do Rio Grande do Norte teria se habilitado como herdeiro em processo judicial. O homem teria apresentado ao banco documentação que supostamente comprovaria o parentesco com a idosa, falecida em 2020, conseguindo receber parte do valor milionário.
Com o aprofundamento das investigações, os agentes da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID) descobriram que os documentos de identidade do falso herdeiro, apesar de materialmente verdadeiros, foram fraudados na origem, a partir de falsidade ideológica. O homem conseguiu incluir na certidão de nascimento dados de paternidade semelhantes aos da falecida.
O falso herdeiro é um homem de 55 anos, natural da Paraíba. O segundo indivíduo, de 44 anos, natural do Rio Grande do Norte, já havia sido indiciado no Estado potiguar pelo mesmo crime, ao fraudar documentações junto a cartórios para recebimento de herança.
O homem de 44 anos, apontado como mentor intelectual do crime, foi detido. já o falso herdeiro ainda está foragido. As investigações apontam indícios de participação de outras pessoas no grupo criminoso. Antes da emissão pela polícia de ordens judiciais de bloqueio de contas e sequestro de imóveis em Natal e Pelotas, os indivíduos conseguiram transferir dois imóveis que integram a herança.
“Ele conseguiu a liberação de parte do valor, que foi usado para pagar impostos relativos à transmissão da herança, mas os valores também foram bloqueados no banco. Então, o que ele conseguiu de fato transferir foram os imóveis, mas a gente conseguiu o sequestro”, diz o delegado João Herédia.
Na ação, foram apreendidos documentos e aparelhos celulares que serão analisados a fim de corroborar a convicção de autoria.