São duros os dados levantados pelo Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais-Penitenciários (Gitep) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), trazidos na edição de hoje pelo repórter João Pedro Goulart. É fundamental que se olhe com atenção para os números e, mais do que isso, se façam movimentos claros e objetivos para garantir que os policiais tenham apoio.
É sabido que, nos bastidores dos batalhões, ainda impera uma cultura de silêncio quando o assunto é saúde mental. E é óbvio que este é um ambiente da mais extrema pressão, já que todo dia estes profissionais saem para a rua e colocam a própria vida em risco. É preciso se colocar no lugar deles.
Por isso, é fundamental fomentar a cultura de diálogo dentro do ambiente policial. É uma mudança de cultura extrema diante do cenário que temos hoje, mas é a principal saída para termos polícias mais saudáveis, consigo mesmo e no próprio comportamento junto à sociedade. É uma conclusão quase natural: se os dados mostram que nossos policiais não estão mentalmente bem para exercer suas funções, tornam-se óbvios os problemas que volta e meia viram notícia por aí (poucas vezes aqui na região, é verdade).
Uma sociedade bem protegida e bem guardada por seus policiais passa por tê-los saudáveis. Por mais dura que seja a necessidade de repensar algumas coisas, é melhor reorganizar este acolhimento do que seguirmos perdendo policiais, não para o crime, mas para o próprio sofrimento.