Olhar especial para os policiais

Editorial

Olhar especial para os policiais

Olhar especial para os policiais
Brigada Militar foi acionada pelo 190. (Foto Divulgação)

São duros os dados levantados pelo Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais-Penitenciários (Gitep) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), trazidos na edição de hoje pelo repórter João Pedro Goulart. É fundamental que se olhe com atenção para os números e, mais do que isso, se façam movimentos claros e objetivos para garantir que os policiais tenham apoio.

É sabido que, nos bastidores dos batalhões, ainda impera uma cultura de silêncio quando o assunto é saúde mental. E é óbvio que este é um ambiente da mais extrema pressão, já que todo dia estes profissionais saem para a rua e colocam a própria vida em risco. É preciso se colocar no lugar deles.

Por isso, é fundamental fomentar a cultura de diálogo dentro do ambiente policial. É uma mudança de cultura extrema diante do cenário que temos hoje, mas é a principal saída para termos polícias mais saudáveis, consigo mesmo e no próprio comportamento junto à sociedade. É uma conclusão quase natural: se os dados mostram que nossos policiais não estão mentalmente bem para exercer suas funções, tornam-se óbvios os problemas que volta e meia viram notícia por aí (poucas vezes aqui na região, é verdade).

Uma sociedade bem protegida e bem guardada por seus policiais passa por tê-los saudáveis. Por mais dura que seja a necessidade de repensar algumas coisas, é melhor reorganizar este acolhimento do que seguirmos perdendo policiais, não para o crime, mas para o próprio sofrimento.

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