Chegou ao governo federal a péssima repercussão do anúncio sem cabimento da tal Rota Integração do Sul, que criaria um novo bloco de concessão de pedágios e, consequentemente, até duas novas praças no trecho entre Camaquã e Porto Alegre. Para tal, a narrativa da vez é: não foram anunciados novos pedágios, só o estudo de viabilidade.
Ora, não é possível que toda a imprensa gaúcha esteja interpretando errado. E, caso estivesse, é falha de quem comunicou, já que foi feita, pelo próprio governo, como o “maior pipeline de concessões da história”. Mas, no fim, o fato é: o governo cogita novos pedágios, só está freando diante do impacto atual.
Comunicação, aliás, é um dos grandes defeitos do governo federal. Admitido por ele próprio, tanto que foi a principal troca de Lula na metade do mandato. Ainda assim, segue difícil entender algumas ideias. Inclusive o próprio ex-ministro da Comunicação, Paulo Pimenta, é um dos que levanta a bandeira de que não são novos pedágios, mas sim estudo de viabilidade. A mesma fala foi feita por Fernando Marroni, prefeito de Pelotas.
É natural o governo federal e pessoas alinhadas a ele tentarem mitigar a potencial crise de imagem que vai gerar essa concessão, se for feita nos moldes previstos. O fato é que a região precisa preparar-se para o pior e pensar em mecanismos de prevenção. Agir por antecipação é fundamental para atacar a ideia na raiz, principalmente enquanto não é definido o que será do Polo Pelotas.
Até aqui, uma das nossas grandes forças tem se feito valer. As lideranças regionais, tanto empresariais quanto políticas, fizeram barulho e estão fazendo o governo pelo menos repensar sua comunicação. Agora é momento de fortalecer a pressão e fazer esta proposta absurda ser deixada de lado.