Não é toda hora que um presidente da República vem à região. Dá para contar nos dedos. Por isso, é fundamental aproveitar a chance de se aproximar de Lula no dia 17, em Rio Grande. Ao longo do tempo, muito se fala das demandas e mazelas que nossa região tem e da necessidade de um olhar especial do governo federal para tantas dores. É preciso, portanto, que nossas lideranças se organizem e mostrem isso tudo para ele. Se, infelizmente, somos ultradependentes da boa vontade de quem ocupa cadeiras em Brasília, é a hora de firmarmos posição.
Nossa região tem uma vantagem, de certo modo, que é o cinturão petista que se formou na gestão das principais cidades. Pelotas, Bagé, São Lourenço do Sul e a própria Rio Grande têm prefeitos alinhados a Lula. Um deputado federal, Alexandre Lindenmeyer, também. Sabe-se que os governantes tendem a acenar para seus correligionários, então cai no colo deles fortalecer ainda mais esse vínculo para, de certa forma, ganhar um “carinho” governamental. Novamente: se somos fadados a depender da boa vontade de Brasília, que se use todas as armas para fortalecer a relação.
Há uma lista de prioridades, todas urgentes, e por isso é necessário sermos estratégicos. É preciso garantir que morra na raiz a ideia dos novos pedágios. É preciso estruturar uma maneira de retomar a usina termelétrica de Candiota para uma transição energética justa. Isso só para citar as deste ano. Faltam ainda uma licitação justa para o Polo Pelotas de pedágios, a conclusão da BR-116, do lote 4 da BR-392, a ligação a seco de Rio Grande a São José do Norte, entre tantas outras.
Lula vem para falar do Polo Naval, o que é significativo e extremamente positivo. Já há a garantia da construção dos quatro navios no estaleiro da Ecovix, mas é preciso mais. A torcida é por anúncios significativos que possam, enfim, fazer Rio Grande atingir seu potencial. Mas antes de tudo, é preciso lembrar que isso só será possível se os pontos citados acima também forem contemplados.