Combustíveis ficam mais caros a partir de fevereiro

Reflexo no bolso

Combustíveis ficam mais caros a partir de fevereiro

Previsto desde outubro do ano passado, aumento está relacionado ao reajuste do ICMS

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Combustíveis ficam mais caros a partir de fevereiro
Impacto deve ser sentido já nos primeiros dias do novo mês. (Foto: Jô Folha)

A partir deste sábado (1º), os brasileiros vão sentir no bolso mais um aumento no preço dos combustíveis. O novo cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incide sobre a gasolina em R$ 0,10 por litro e sobre o diesel em R$ 0,06 por litro. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) em outubro do ano passado e visa promover um sistema fiscal equilibrado e transparente.

O preço dos combustíveis no Brasil é livre, então cabe às abastecedoras decidir se repassam ou não o aumento aos consumidores. Em 2024, os preços dos combustíveis também subiram e pressionaram a inflação. Além disso, os valores dos combustíveis no país estão defasados em relação aos valores internacionais.

Segundo o professor de economia da Universidade Federal de Rio Grande (Furg) Eduardo Tillmann, o aumento sobre os combustíveis tem um efeito generalizado na economia, principalmente em transporte e logística, e por sua vez impacta na alta da inflação. Além disso, há o aumento do custo de produção, bem como a redução do consumo e da confiança do consumidor.

Ajuste de contas

O ICMS é o principal imposto estadual. A manipulação do índice desse imposto é um resultado da busca do governo pelo ajuste das contas públicas. “A economia não vai muito bem. Desde o ano passado, a taxa de juros vem aumentando. Além disso, a carga tributária no Brasil é muito elevada e o consumidor sofre bastante. E o aumento de imposto sobre um produto essencial, como o combustível, piora ainda mais a situação”, diz o especialista.

O presidente da Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua, relembra que a revisão dos valores do ICMS ocorre anualmente. Em relação ao restante da cadeia, ele afirma que é “inevitável” o impacto geral. “As distribuidoras, já nesta semana, estão cobrando valores mais altos. […] Fatalmente, semana que vem, vai ter mais impacto ainda em função desse custo nacional”, afirma.

Impacto nos postos

O proprietário de um posto em Pelotas, Eduardo Fernandes Junior, assume que a primeira consequência da disparada do preço é a redução de consumo. Ele explica: muitos pelotenses estão acostumados a abastecer um valor específico em vez de completar o tanque. O aumento dos preços significa menos volume de combustível no tanque da pessoa e, consequentemente, queda nas vendas. “Com o passar do tempo, se não recuperar margem, há a diminuição de pessoas na pista”, completa.

Alterações no diesel

O aumento do preço do diesel também impacta no custo do frete no Brasil. Em novembro de 2024, o custo do frete por quilômetro rodado chegou a R$ 6,50, e especialistas projetam uma tendência de alta contínua para 2025. A situação é especialmente crítica para o modal rodoviário, que responde por mais da metade do transporte de cargas no Brasil. A logística brasileira enfrenta desafios históricos, como infraestrutura deficiente e altos custos de combustíveis.

Um caminhoneiro que preferiu não se identificar comentou da aflição que a instabilidade dos preços na bomba lhe causa. “Vai dar mais prejuízo ainda”, estima. Ele trabalha de modo particular e garante que vai precisar analisar de novo os valores que tem cobrado pelos fretes.

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