A primeira reunião da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) do ano foi realizada nesta sexta-feira (31), em Pinheiro Machado, no terceiro dia da Feira e Festa Estadual da Ovelha (Feovelha). Os representantes municipais da região se reuniram para debater temas como a transição energética e o impacto do fechamento da Usina Candiota 3, e a repercussão recente da proposta de novos pedágios na BR-116.
A maioria dos prefeitos definiu pela elaboração de um documento que ressalta a importância econômica e social da manutenção da usina termelétrica Candiota 3 para a comunidade do município, destacando a preocupação ambiental para que haja a transição energética justa e sustentável.
A presidente da Azonasul, Paula Mascarenhas (PSDB), iniciou informando que já há uma reunião marcada com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Oliveira, para o dia 12 deste mês. Ela ressaltou que o prejuízo do fechamento da usina é grande no que diz respeito ao desemprego de mais de sete mil pessoas. Em contrapartida, falou que é preciso também compreender os danos ambientais, sobretudo em um momento de dificuldades climáticas e defende uma “transição justa e sustentável”.
Agonia
O prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador (MDB), descreveu como “um momento de muita agonia” no município e lembrou que as outras duas usinas já haviam sido fechadas para que fosse feita a transição energética gradual. Ele também argumentou que “no Brasil temos aproximadamente 115 milhões de veículos, que têm emissões. Tomaria uma medida: em um ano proibir metade dos veículos do país? Não é a medida correta”.
Apoio em Brasília
O deputado federal, Afonso Hamm (PP), disse que há uma diversificação das matrizes de geração de energia em andamento no Brasil. Segundo ele, a usina está modernizada e tem contrato até 2043, com capacidade de armazenagem de energia para o Brasil, além da importância para os trabalhadores. “Vamos tentar derrubar o veto do presidente da república. Temos a articulação sendo feita para fazer uma medida provisória. Não é uma questão partidária, mas de dignidade”, afirmou o deputado.
Posicionamento contrário
O prefeito de Pelotas, Fernando Marroni (PT), contestou as opiniões e disse que é preciso deixar de ser “negacionista”, cobrando uma transição justa. Ele citou o exemplo da Inglaterra e da China como países que enfrentaram as operações com carvão e passaram a ser mais sustentáveis. Também lembrou que o país é um dos que têm maior potencial em energia renovável do mundo. “Temos que encerrar esse ciclo de poluição de carvão. Sofremos as emergências climáticas, estamos no pampa criando vantagens comparativas e temos um veneno instalado nas usinas de Candiota”, apontou Marroni.