Mineradora recebe licença prévia para construir fábrica de fertilizantes em Candiota
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira30 de Janeiro de 2025

Investimento

Mineradora recebe licença prévia para construir fábrica de fertilizantes em Candiota

Produção de adubo com carvão mineral representa um uso alternativo ao combustível fóssil que provoca dilema ambiental na cidade dependente economicamente de termelétricas

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Atualizado quinta-feira,
30 de Janeiro de 2025 às 14:17

Mineradora recebe licença prévia para construir fábrica de fertilizantes em Candiota
Fertilizante composto por carvão lignito tem apresentado bom desempenho.

Com o propósito de encontrar uma utilidade para o carvão mineral sem a emissão de CO2 e outros poluentes, a empresa Copelmi tem investido na formulação de fertilizantes com a matéria prima da mina Seival Sul em Candiota. Recentemente, a empresa teve aprovada pela Fepam a Licença Prévia para a construção de uma fábrica com investimento previsto de cerca de R$ 50 milhões. Atualmente, já são produzidos diariamente 500 quilos de fertilizante em uma planta piloto para aplicações em pequenas propriedades.

De acordo com o projeto, a fábrica deverá produzir 50 mil toneladas de fertilizante por ano e gerar ao menos 70 empregos diretos e 150 indiretos, incluindo a cadeia do carvão. Após a aprovação da Licença de Prévia, o empreendimento ainda precisa ter aprovado as licenças de Instalação e Operação. De acordo com o diretor de sustentabilidade da Copelmi, Cristiano Weber, a expectativa é que a produção seja iniciada ainda em 2026.

A fábrica denominada Pampa Forte será construída em cima de uma área de 3,9 hectares ambientalmente recuperada, onde anteriormente ficava uma cava de mineração de carvão. O desempenho do fertilizante composto por metade de carvão lignito, uma camada mais superficial do mineral disponível em Candiota, e 50% por matéria prima importada tem sido testado em diversas produções agrícolas.

“Se aplicou esse fertilizante que nós produzimos, e também o fertilizante convencional, e se verificou que a eficiência dele era a mesma”, diz Weber. O produto tem sido aplicado em áreas de cinco hectares. Segundo o diretor de sustentabilidade, o projeto busca aliar o propósito alternativo do uso do carvão da mina Seival Sul, operada pela Copelmi, à demanda do país pela produção nacional de adubos. “A dependência que o Brasil tem desses fertilizantes importados é gigantesca, só do potássio é 80%”, destaca.

A mineradora

A Seival Sul Mineração é a empresa responsável pela Mina do Seival, que tem gerado de 2,5 milhões de toneladas por ano. A mina fica localizada em Candiota e faz o abastecimento da Usina Termelétrica Pampa Sul. De acordo com o diretor de sustentabilidade, todas as etapas de mineração são aliadas a medidas de recuperação ambiental.

Novas forma de exploração

Diante da crise instalada em Candiota com o desligamento da usina Candiota 3 há 30 dias, Weber destaca que a dependência do carvão mineral para a geração de energia deve ser equilibrada com o desenvolvimento de novas tecnologias capazes de controlar a poluição do combustível fóssil.

“O setor já faz isso. Na mineração há recuperação de áreas, que voltam a ser agricultáveis. A drenagem ácida de mina não tem mais, tem sistemas de prevenção de controle, estação de tratamento”.

A produção de fertilizantes representaria um novo aproveitamento das reservas de carvão de Candiota, responsáveis por parte significativa da economia do município, adicionando uma nova unidade produtiva às duas termelétricas já existentes na cidade.

 

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