De terça (28) a quinta-feira (30), a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (Famed/UFPel) sedia o seminário “Construindo diálogos e caminhos da Promoção e Prevenção na Perspectiva da Gestão Participativa”. O evento reúne movimentos sociais, gestores públicos, trabalhadores, estudantes e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em discussões sobre a importância da articulação em rede para o fortalecimento do sistema.
De acordo com a diretora da Famed, Julieta Fripp, a iniciativa nasceu dos movimentos sociais da região que se organizaram com o objetivo de aproximar usuários, trabalhadores e gestores do SUS. Dessa forma, fazendo um resgate dos princípios da universalidade, integralidade e equidade, com debates sobre atenção primária, vigilância em saúde e cuidados paliativos.
A universidade disponibiliza seus espaços para palestras e oficinas, proporcionando um ambiente inclusivo e plural. “Com 60 anos de história, nossos cursos de Medicina, Psicologia e Terapia Ocupacional reconhecem a importância de integrar formação acadêmica ao SUS, essencial para melhorar a qualidade do cuidado em saúde”, complementa Julieta.
Participação social e políticas públicas
Jorge Senna, da Rede de Promotores Populares de Saúde, enfatiza que o seminário busca fomentar a gestão participativa no SUS. Ele coloca que a ideia é construir uma gestão “com” não “para”, ou seja, uma gestão em saúde que envolva os movimentos sociais, trabalhadores e usuários na formulação de políticas públicas. Para isso, Senna afirma que é preciso discutir as dificuldades enfrentadas pelos gestores e buscar soluções conjuntas, considerando as especificidades da região Sul e a importância da participação popular no controle social.
No evento estarão presentes representantes de municípios como Pelotas, Bagé e Rio Grande, além de entidades federais, estaduais e locais. Jorge reforça a relevância de aproximar os diversos atores do SUS. “Queremos ouvir críticas, propor alternativas e reforçar a construção coletiva como alicerce para um SUS mais inclusivo e eficiente”, completa.
Controle social e regionalização
A conselheira nacional de saúde, Rosângela Dornelles, é coordenadora de uma das mesas do primeiro dia do seminário. Ela acredita que o evento, por ser pioneiro no estado, reflete um esforço importante para fortalecer o controle social e a regionalização da saúde. “Então a gente precisa capacitar muito e aproximar muito os gestores municipais, os conselhos municipais de saúde, os movimentos sociais, para que o SUS possa fazer um trabalho em rede de verdade”, diz.
Rosângela destaca que a regionalização da saúde depende de uma articulação forte entre municípios. Por isso, a movimentação que está acontecendo a partir de Pelotas é peça-chave para garantir que os recursos e políticas cheguem a quem mais precisa.
Como participar
O seminário é aberto ao público e gratuito. As inscrições podem ser feitas neste link. Além disso, os participantes recebem certificados de participação emitidos pela UFPel.
A programação inclui palestras, oficinas e debates sobre temas como saúde mental, cuidados paliativos, vigilância em saúde e os desafios do SUS no cenário atual. O evento também conta com a participação de representantes do Ministério da Saúde e de outras entidades, trazendo discussões sobre políticas públicas e experiências regionais. Para saber mais acesse instagram.com/forumgauchodesaudemental.