O Centro Português 1º de Dezembro completa hoje 99 anos. A entidade fundada em 24 de janeiro de 1926 nasceu da fusão de duas outras sociedades criadas no século 19: Grêmio Republicano Português e o Congresso Português 1º de Dezembro. Os associados celebram também os 39 anos do Rancho Folclórico, oficializado na mesma data, em 1986.
Para celebrar a data, hoje haverá audiência pública na Câmara de Vereadores, às 10h, com palestra da vice-presidente Cultural, Regina Fiss, e do presidente da Comissão dos 100 anos, Francisco José Leal Serra. O evento terá ainda participação da banda Brigada Militar. Às 18h, ocorrerá missa na igreja de Nossa Senhora de Fátima, no bairro Fátima.
Ainda dentro dos festejos, amanhã haverá jantar em comemoração aos aniversários do Clube e do Rancho Folclórico e a posse da Gestão 2025-26. O evento às 20h30min, na sede Campestre, rua Cidade de Faro, 238. Convites para sócio custam R$60,00 e não sócio, R$80,00.
O empresário português Francisco Serra, 80, conta que a primeira entidade criada foi em 1892, o Clube Português 1º de Dezembro. No início do século 20, chegaram em Pelotas portugueses que tinham participado da tentativa de um golpe contra a monarquia portuguesa, na cidade do Porto. Alguns deles foram os criadores do Grêmio Republicano Português. “Tinham dois grupos, os republicanos e os monarquistas que não se entendiam, ficaram brincando mesmo depois de ter caído a monarquia em Portugal, em 1910″, relembra.
Em 1926, depois de muitas brigas resolveram unir os clubes o que só foi possível a partir de uma votação. “Acreditas se quiseres, mas foi apenas um voto de diferença”, conta Serra. Da união dos grupos divergentes surgiu uma entidade atuante no município. “O Clube sempre foi forte e que a intenção era manter as tradições e os costumes que os nossos antepassados trouxeram para cá”, fala.
Diferentes sedes
Em 1930, sob a presidência de Francisco Alves de Carvalho, foi inaugurada a sede própria no centro da cidade, um prédio no estilo gótico-manuelino da rua Andrade Neves, que existe até hoje. No final da década de 1960, a direção da associação comprou uma área de 75 hectares no caminho do Laranjal. A área foi loteada para o surgimento do bairro Recanto de Portugal, onde hoje está instalada a sede campestre da entidade.
Atualmente as atividades sociais do Centro Português ocorrem somente no Recanto de Portugal. O antigo prédio da rua Andrade Neves abriga diferentes empreendimentos comerciais.
No ano passado a biblioteca da entidade, com dois mil livros, foi transferida para a sede campestre, local que também abriga um museu da imigração portuguesa. “Temos um museu com um acervo bem representativo das várias regiões de Portugal, principalmente de cerâmicas, quadros, entre outros”, fala Regina Fiss.
Sobre o Rancho Folclórico, Regina explica que o grupo cultua as danças folclóricas de diferentes regiões de Portugal. Outro feito é o coral do Centro Português, que faz desta a única entidade representativa desta nacionalidade no Brasil a ter um grupo de vocal.
Para saber
A data homenageada pela entidade se refere a restauração da independência de Portugal, que ocorreu em 1º de dezembro de 1640, marcando o fim de seis décadas de ocupação espanhola. A revolta culminou com a instauração da 4ª dinastia portuguesa, a Casa de Bragança, com a aclamação de Dom João IV como rei de Portugal e Algarves.
Há 50 anos
Laboratório completava 55 anos em Pelotas
O ano de 1975 marcou o aniversário de 55 anos do laboratório Leiva Leite. Formado pela Faculdade de Medicina e Farmácias da Bahia, em 1890, Antônio Leivas Leite inicou em 1911 a fabricação de produtos farmacêuticos populares.
Em 1918, ampliou a linha incluindo a fabricação de sabonetes medicinais e de toucador e do peitoral de mel, guaco e agrião, que na década de 1970 chegava a todo o país. A partir de 1920, o empreendimento passou a fabricar produtos veterinários também, como carrapaticidas e sarnicidas. Em 1957 se transformou em sociedade anônima e na década de 1970 tinha seis filiais pelo país.