A aproximação do ano letivo mexe com o planejamento financeiro das famílias brasileiras. Um estudo do Instituto Locomotiva e QuestionPro revela que, em 2024, apenas em materiais escolares foram gastos R$ 49,3 bilhões, um aumento de 43,7% em quatro anos. Para lidar com o crescimento dos preços sem abdicar de itens essenciais para a rotina dos estudantes, os pais devem planejar com antecedência e reservar o valor necessário para conseguir bons descontos.
A variação de valores é um dos primeiros pontos que o consumidor interessado em diminuir gastos presta atenção. Em uma livraria em Pelotas, por exemplo, foram comparados os preços de itens de um kit básico de materiais escolares, para avaliar a diferença entre produtos de marcas mais caras e opções mais acessíveis. Os materiais analisados possuem variações quanto a marca, qualidade do material e características específicas.
Itens personalizados são mais caros
Funcionária da livraria, Larissa dos Santos confirma que muitos clientes têm demonstrado preocupação em equilibrar as demandas das crianças com os limites do orçamento familiar. Para atender aos pedidos dos filhos, os pais fazem o possível, mas os preços de materiais escolares com personagens licenciados são mais altos.
Dessa forma, é preciso traçar uma análise aprofundada dos valores, além de estratégias de negociação com os pequenos. “Alguns pais levam dois itens de personagem e o restante mais barato para compensar”, testemunha.
Planejamento e imprevistos
Entre os artigos mais caros, as mochilas costumam ser aproveitadas ano após ano, a depender da vida útil. No caso da mãe Luana Portantiolo, 32 anos, essa não foi uma possibilidade. Apesar do planejamento financeiro prévio, Luana não antecipou que o produto comprado pela internet fosse decepcionar pelo tamanho.
Agora, com o filho ingressando no terceiro ano do ensino fundamental, ela busca por uma mochila de qualidade e tamanho ideal para ser reutilizada nos próximos anos escolares. “Esse gasto adicional não estava previsto, mas é necessário”, ressalta.
Em relação ao restante dos materiais, a família aproveitou muitos materiais do ano anterior. Antes de sair para as compras, verificaram com atenção tudo o que poderia ser reaproveitado. Cadernos e lápis foram os itens que dispensaram novos investimentos. Além disso, Luana não descartou a consulta em lojas virtuais para entender como está a linha de preços e identificar as melhores opções. “Está tudo mais caro, é preciso planejar”, afirma.
Alternativas econômicas
Segundo a planejadora financeira Carla Rossi, a virada do ano traz diversas despesas sazonais, que apesar de serem previsíveis têm grande impacto sobre o orçamento. Para isso, é preciso planejar com antecedência e separar o valor necessário para garantir descontos vantajosos.
Uma das sugestões é anotar o custo total do material escolar e verificar se é viável ajustar o planejamento financeiro para poupar, entre fevereiro e novembro, o montante necessário para as compras de 2026. Ao pagar à vista, as chances de negociação aumentam e, ao reservar o dinheiro com meses de antecedência, o peso dessa despesa nas contas familiares diminui significativamente.
Outra alternativa é adiantar para o meio do ano a aquisição de materiais que são comprados regularmente, e evitar as lojas lotadas em janeiro.
Mais dicas
Pesquisa de preços
- Compare preços em diferentes lojas físicas e online.
- Priorize marcas com bom custo-benefício.
Grupos de compras coletivas
- Forme grupos com outros pais para negociar preços diretamente com fornecedores.
- Aproveite descontos por compras em grandes quantidades.
Compra de materiais usados
- Adquira livros didáticos usados de alunos de outras turmas.
- Utilize grupos de pais da escola para troca e indicação de materiais.
Reaproveitamento de materiais
- Revise itens que já possui em casa, como lápis de cor, mochila e estojo.
- Separe materiais em bom estado para evitar compras desnecessárias.