Em um dia, falávamos sobre perdas prováveis com a estiagem que se avizinhava na região. No outro, com as perdas prováveis com o excesso de chuva em Santa Vitória do Palmar. Essa dualidade vem sendo algo corriqueiro na nossa relação com o agronegócio. O que surpreende é que o prazo vem sendo cada vez mais estreito. Antes, da enchente para a estiagem, era um ano. Agora é um dia. Como lidar com isso?
Não há mais dúvidas que vivemos em um momento definidor, enquanto espécie mesmo, da nossa relação com o meio ambiente. A coisa afunila e já bate na porta da nossa casa, literalmente em muitos casos. No restante do mundo – e pegamos os Estados Unidos da América por exemplo – o frio extremo e queimadas também surgem como potenciais destruidores. Diante de tudo isso, é essencial recuar e pensar em estratégias.
O nosso agro vive períodos constantes de perdas. Aos poucos, algumas culturas ficam insustentáveis. O pêssego é um exemplo: ano após ano fala-se de perdas. Agora, as grandes culturas, que movimentam cifras milionárias, vivem uma série de desventuras, sempre castigadas pelo clima. Isso, muito além de renda, é comida, que iria para a mesa das pessoas, sendo perdida.
Tudo isso passa essencialmente pelo nosso comportamento, já que nossas atitudes são as chaves para travar essa destruição. É preciso reinventar nossa relação com o todo, e já provamos que somos capazes. É só ver como foi na virada de postura diante do cigarro, da postura no trânsito com o uso do cinto de segurança, a reciclagem e tantas outras coisas que simplesmente passamos a fazer diferente por ser necessário. É preciso sermos estratégicos em cada postura, cada ideia e cada proposta. As cidades devem ser pensadas a partir da emergência climática. Os negócios, a educação, o agro, também. Só com sabedoria vamos reverter o cenário.