Três dias depois da chuva excepcional que atingiu Santa Vitória do Palmar na segunda-feira (20), na tarde desta quarta-feira (22) a maior parte das lavouras de soja e arroz ainda estavam inundadas. Diante da extensão do período de alagamento, a estimativa é que a maior parte da soja tenha apodrecido. Além disso, onde a água já havia escorrido, as plantas estavam prejudicadas pelo barro. Já no arroz os prejuízos devem ser menores em razão da maior resistência do cereal.
Uma das localidades mais atingidas pela precipitação de cerca de 400 milímetros, no Arroito, as lavouras de Marcelo Bueno ainda estavam completamente submersas. De acordo com o produtor, não há grandes chances dos 1,8 mil hectares de soja serem recuperados. “Está tudo alagado ainda. A perda vai ser bem maior do que a gente estimava”, lamenta.
Na propriedade de Dilnei Portantiolo, dos mil hectares de soja inundados, a água já escorreu em cerca de 400 hectares. Ele aguarda a água baixar nos outros 600 hectares de plantio para fazer o levantamento das perdas. “Está demorando para baixar e a soja morre com três a quatro dias com água. O arroz já está controlado por ser irrigado por inundação e a água já baixou para níveis toleráveis”, relata.
Depois da água, o barro
No Curral Alto, outra localidade fortemente atingida, o produtor Marcelo Bueno acionou o sistema de irrigação para drenar os 1,8 mil hectares de lavouras de soja. No entanto, com a saída da água restou o barro. “Só vou saber daqui a uns dez dias o quanto realmente não vai ser recuperado, mas a gente tem uma expectativa que dessa área, 1,7 mil a gente vai perder”.
A extensão representa 30% da área plantada. “E tem muita área que é pior que a nossa, são áreas mais planas, eu estou num lugar privilegiado, comparado com a maioria. Então, infelizmente, vamos ter grandes prejuízos.