Os médicos da Santa Casa do Rio Grande seguem paralisados por tempo indeterminado. O hospital aguarda a entrada de novos recursos para quitar os débitos com a categoria. No momento, apenas serviços de urgência e oncologia estão mantidos. O pagamento dos débitos está atrelado à assinatura de um Termo de Compromisso junto a Portos RS e ao Ministério Público, que prevê a liberação de um empréstimo de mais de R$ 14 milhões, ainda sem data para ser efetivado.
Conforme a autoridade portuária, o recurso pertence ao fundo ambiental e será pago mensalmente pela prefeitura. De acordo com a entidade, já existe a sinalização positiva para o novo contrato. Apesar disso, o processo ainda está em fase de envio de documentos. A assinatura do contrato não tem data para ocorrer.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, afirma que o pagamento não é tão simples, podendo levar mais de um mês para a quitação dos débitos. “Apesar da promessa, o pagamento não será imediato. A Santa Casa não dispõe dos documentos solicitados pelo Ministério Público e precisará de, no mínimo, 25 dias para obtê-los”, argumenta.
Para ele, “não existe nenhuma justificativa, hoje, para os médicos seguirem trabalhando sem receber”.
Correndo contra o tempo
Em nota, a entidade garante que os órgãos e entidades envolvidos estão comprometidos e apresentarão em breve os documentos e considerações solicitados pelo órgão ministerial, para finalização do processo burocrático.
Atrasos
Presidente do Sindicato dos Médicos de Rio Grande (Simerg), o médico Sandro Oliveira conta que cerca de 90 profissionais estão com os salários atrasados desde setembro. A dívida ultrapassa os R$ 7 milhões. De acordo com ele, a entidade deve 30% dos vencimentos de setembro, além dos salários de outubro, novembro e dezembro.
Paralisações
No final de dezembro, a categoria paralisou as atividades pela primeira vez, entre os dias 28 e 30, quando aceitou a proposta de pagamento de 70% de setembro.
O restante e mais 40% de outubro deveriam ser quitados no dia 10 deste mês. O que não ocorreu e deu início a uma nova paralisação, que chega ao 13º dia.
Atendimentos
Com a paralisação, o maior impacto é no atendimento eletivo, que foram suspensos temporariamente, além das primeiras consultas em algumas especialidades. Pacientes em tratamento oncológico e serviços de urgência e emergência são mantidos para não colocar os pacientes em risco iminente.
Recuperação judicial
Desde 2022, a Santa Casa do Rio Grande está em processo de recuperação judicial. Com mais de 2,3 mil credores, divididos em quatro classes – trabalhistas, quirografários, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte – a dívida da instituição ultrapassa os R$ 400 milhões.