Considerada etapa crucial para o crescimento e adaptação de negócios mais tradicionais, a inovação também contribuiu para o aumento do lucro, aponta pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). 85% das empresas entrevistadas relatam crescimento de lucro ou ganhos à valorização da marca.
Para o analista de articulação de projetos de inovação da regional do Sebrae-RS, Luciano Martins, a inovação ainda contribui para aumento da competitividade, eficiência operacional, expansão de mercado, adaptação às mudanças, atração de talentos e qualificação do atendimento ao cliente.
Assim como a pesquisa da CNC, que registrou instabilidade econômica como um dos principais entraves à inovação, em Pelotas, de acordo com Martins, o fator econômico também é dificultador do investimento em novas tecnologias. “Outros motivos que percebemos no dia a dia são a resistência à mudança organizacional, falta de capacitação específica em inovação e dificuldades em se manter competitivo”, avalia.
Em busca de simplificação de processos, alinhamento entre as interfaces humana e digital, a empresa Mauro Motta Seguros resolveu apostar na inovação a partir da assessoria do Sebrae. “Primeiro, criamos uma cultura clara e forte para a empresa.
Posteriormente começamos a digitalização de toda operação. Por último implantamos a inteligência artificial (IA), integrando sistemas com fornecedores e operadores”, explica Mauro Motta.
A experiência da Sabbado Assessoria em Licitações em prol da inovação nasceu para acompanhar as necessidades de mercado, explica o CEO do grupo, Leandro Sabbado. “Entendemos que inovar não é apenas investimento em tecnologia, mas sobre repensar processos, promover colaboração e criar valor real”, avalia.
Áreas de inovação
Assim como a pesquisa, que registra como principais áreas de inovação investidas pelo empresariado brasileiro a de marketing e pós-venda (83%), processamento de informações e comunicação (78%) e práticas de gestão organizacional (74%), tanto a Sabbado quanto a Mauro Motta Seguros inovaram na área de comunicação.
“Operamos o sistema mais evoluído do mercado, que integra CRM, cadastro de clientes, financeiro, contabilidade, RH, marketing e comunicação interna. Geramos relatórios atualizados em tempo real”, comenta Motta.
Na Sabbado incremento na área de marketing, tanto como foco na comunicação externa quanto interna fizeram diferença para o negócio, que registra crescimento de 15% na carteira ativa de clientes em 2025. “Também, investimos na montagem de um estúdio de podcast, para gerar conteúdo digital sobre o mercado de compras públicas, segmento em que atuamos”, diz.
Inovação no DNA
Reconhecida por seus processos, a Freedom Veículos Elétricos se classifica como inovadora desde o começo, ao criar uma cadeira de rodas motorizada. Conforme o gerente de tecnologia, Rodrigo Real, a empresa se mantém preocupada permanentemente com a implementação de novos processos, a partir da percepção de mercado e do processo de pós-venda.
Outra prática comum da empresa é o de buscar ideias inovadoras de outros setores para serem testadas nas linhas de produção da Freedom. “Fomos a primeira empresa no mundo a conectar o celular com uma cadeira de rodas, uma ideia que tivemos que até então ninguém fazia”, relembra.
Além da implementação de processos inovadores de forma constante, o uso da tecnologia e diferenciais agregados ao produto são os responsáveis pela permanência da empresa na liderança nacional na venda de cadeiras de rodas motorizadas. “O produto asiatico foca no preço e nós tentamos sair dessa disputa entregando qualidade”, comenta Real.
Pesquisa
A pesquisa da CNC foi efetuada em oito regiões metropolitanas, com 840 entrevistas direcionadas a tomadores de decisão de empresas de pequeno, médio e grande porte, classificadas de acordo com o número de funcionários. Empresas com até 10 funcionários foram consideradas de pequeno porte; de 11 a 49, de médio porte; e as com mais de 50 funcionários, de grande porte.