Fechado há quase 15 anos e praticamente com o 16º aniversário garantido. Esse é o saldo que se traz da coletiva concedida pelo prefeito Fernando Marroni (PT) para falar do Sete de Abril. É difícil medir palavras para falar desse tema em uma cidade que se esforça para tentar viver de turismo e vender para o mundo uma ideia de que é um local que preserva histórias e memórias. De que adianta, se um de nossos principais espaços públicos é tratado assim?
A reforma do Sete de Abril já entrou em seu quarto prefeito, quinto mandato. Espera-se que Marroni dê a ele a prioridade que merece e consiga entregá-lo no ano que vem, já que esse é o novo prazo. O inaceitável não pode seguir se repetindo. A cada postergação, a cidade passa um pouco mais de vergonha diante da inabilidade de fazer o teatro voltar a funcionar.
A ex-prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), no apagar das luzes do seu governo, garantiu que estava tudo encaminhado para a entrega em breve. Marroni assume e em 15 dias chama todo mundo para falar que não é bem assim e que mais de um ano e R$ 5 milhões (parte deles previstos, é bem verdade) serão necessários para fazer a coisa andar. Ou seja, é uma conta que não fecha e alguém é responsável por isso.
O Sete de Abril passou os últimos anos sob escopo de uma secretaria exclusiva, mas sem abrir as portas para o público. Só isso já escancara que houve problemas ao lidar com ele. A limpeza, necessidade de manutenção no telhado, caixa cênica e assentos são os pontos que faltam, mas pelo visto demandam muito tempo e muitos recursos. Não terem sido feitos até agora é uma falha. Nada justifica um prédio levar mais de 15 anos para ser reformado, ainda mais quando se trata de obras com recursos do contribuinte.