Neste sábado será executada a concretagem de um dos blocos de fundação da Ponte Wilson Mattos Branco. O serviço é essencial para impedir o colapso da única travessia entre a Ilha dos Marinheiros e Rio Grande. Diariamente um dos pilares cede 1,6 milímetros. Já são 80 centímetros de afundamento.
Além disso, é necessário realizar a elevação da ponte e a conclusão da dragagem ao redor, serviços que devem levar cerca de três meses. Com isso, os aproximadamente 1,5 mil moradores da comunidade enfrentarão quase um ano sem a ligação a seco de 30 quilômetros com o Centro da cidade, já que a estrutura permanece interditada desde maio devido aos danos provocados pela enchente.
“A gente precisa primeiro ter certeza da estabilização desse pilar, conseguindo isso vamos fazer testes de carga para saber o que a ponte vai suportar depois dessa intervenção”, explica a titular do Gabinete de Programas e Projetos Especiais (GPPE), Giovana Trindade.
A concretagem, orçada em R$ 304 mil, não estava contemplada no contrato inicial. No entanto, diante do estado crítico da ponte, foi necessário incluir esse serviço para garantir a estabilidade e viabilizar a continuidade das obras de recuperação. O trabalho será executado por uma equipe especializada de mergulhadores.
Mesmo assim, não há garantia de que a concretagem estabilize totalmente o pilar. “A gente acredita que todos esses esforços venham a dar um resultado positivo, mas a gente não tem como garantir 100%”, detalha a secretária. Atualmente, a ponte está em risco iminente de queda e não é permitida nem a travessia a pé.
Desafios do isolamento
Para quem vive na ilha e precisa diariamente se deslocar até a zona urbana de Rio Grande, a única alternativa é a balsa, que funciona entre 6h30min e 20h. A logística de circulação ainda é dificultada pela falta de horários do transporte coletivo que circula dentro da ilha.
De acordo com o relato de uma moradora que não quis se identificar, os ônibus maiores não conseguem entrar na balsa. Com isso, a comunidade está há três dias sem transporte para o deslocamento no território de cerca de 25 quilômetros. “Então, as pessoas que não têm condução estão presas na comunidade”, diz.
De acordo com a secretária do GPPE, o governo articula para ampliar os horários de transporte para a Ilha dos Marinheiros.