Recessos inexplicáveis e sem justificativas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira15 de Janeiro de 2025

Editorial

Recessos inexplicáveis e sem justificativas

Recessos inexplicáveis e sem justificativas
Recesso dos vereadores vai até a semana do Carnaval. (Foto: Jô Folha)

Os vereadores de Pelotas foram empossados há 15 dias. Tiveram três sessões na semana passada, uma ontem e outra hoje. E vão entrar em recesso até o dia 1º de março. Como a data cai no meio do feriadão de Carnaval, a tendência é que isso se estenda até o dia 6 de março. São, portanto, após cinco sessões, 50 dias parados, apenas com sessões representativas e de pouco impacto. Isso é, mais do que tudo, um escândalo com recursos do contribuinte. Mesmo com grande parte deles reeleitos, o trabalho da atual legislatura acabou de começar. Não se justifica, moralmente falando, tamanha mamata.

Isso tudo na sequência de um reajuste autoconcedido de 66,7% na legislatura anterior, com salários de R$ 18.742,91. Fora isso, são R$ 40 mil por ano para viajar em diárias, uma “redução” em relação ao ano passado, mas que ainda soa um disparate diante da realidade que o município vive, com crise financeira e população em um aperto natural. Ao olhar isso tudo, é completamente natural a descrença que a população tem com políticos. Basta ver a repercussão em qualquer assunto que envolva o Legislativo. Como argumentar que não vivem em uma bolha de benesses quando colocados na mesa todos os fatos acima?

Mesmo que isso seja uma prática que vem de anos, já passou a hora de rever tais conceitos. Diante da tamanha falta de confiança da população na classe política, é o momento de fazer valer os argumentos de que isso tudo vai mudar. A atual legislatura já inicia com um perfil um pouco diferente, com novos nomes, atacando os vícios das gestões anteriores e com promessa de redução de gastos e transparência.

Mas precisa de mais. É necessário ter atitudes que vão ao encontro dos verdadeiros anseios da população. Atacar os problemas na raiz, demonstrar trabalho e empenho para que o Legislativo seja um órgão fundamental na virada de chave que o município precisa para seu futuro. E isso só pode ser feito com trabalho e dedicação.

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