História da Gonçalves Chaves se cruza com a de um casarão
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira14 de Janeiro de 2025

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

História da Gonçalves Chaves se cruza com a de um casarão

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“Quando Antônio José Gonçalves Chaves veio morar em Pelotas com os irmãos, encomendou na França a planta do seu sobrado, mas construiu só a metade. O terreno era enorme e ia até (da atual rua Gonçalves Chaves) onde hoje é a rua Barroso. Precisavam de espaço para as cocheiras, os cavalos, os carros, para a quinta de frutas, e assim foi planejado”, descreve a pecuarista Antonia de Oliveira Sampaio, sobre seu bisavô no livro Escrevendo a história de nossos antepassados.

A referida casa é o belo prédio, do século 19, estilo colonial erguido na esquina com a rua Voluntários da Pátria. Sobre o proprietário do imponente sobrado, o historiador e pesquisador Mario Osorio Magalhães, reforça em seu livro Os passeios da cidade antiga que não se pode confundir o bisavô da pecuarista com o pai dele, de mesmo nome. Gonçalves Chaves da antiga casa foi advogado, formado em Direito em São Paulo, e charqueador, assim como seu pai Antônio José Gonçalves Chaves.

O patriarca, construtor da charqueada São João, deixou seu filho mais velho, Antônio José, como tutor de seus nove irmãos menores. Gonçalves Chaves casou com uma sobrinha, Marcolina, também chamada de Catita, filha de Marcolina, sua irmã.

Ainda nas memórias de Antonia Sampaio: “O casal foi morar na Charqueada, e lá nasceram e cresceram os filhos Guido, Álvaro, Bruno e José. O sobrado ficou pronto para o nascimento de Antônia (sua avó).” O projeto do casarão era tão grande que a família construiu só a metade. “Em cima morava a família e embaixo ficava o escritório, os rapazes solteiros, os empregados e os escravos. A cidade cresceu e duas ruas cortaram o terreno, a Barroso e a Santa Cruz.”

Antônio José Gonçalves Chaves

Homenagem

O advogado morreu em 1871, provavelmente com 58 anos, subitamente durante viagem pelo Rio de Janeiro. Em 1883, a rua que passa na frente do casarão recebeu o atual nome, uma homenagem ao charqueador e advogado. Porém com uma peculiaridade, destaca Magalhães: se chamava rua de Gonçalves Chaves.

Fontes: Escrevendo a história de nossos antepassados (2004), de Antonia de Oliveira Sampaio; Os passeios da cidade antiga (Armazém Literário, 2000), de Mario O. Magalhães

Há 100 anos

Poetisa gaúcha fez sucesso em recital no Cassino

Aracy Dantas de Gusmão foi atração em evento

A poetisa Aracy Dantas de Gusmão foi atração em um recital no balneário Cassino, em Rio Grande, a autora do livro Êxtase foi muito celebrada pela crítica, não só pelas suas poesias, como também pela sua qualidade como declamadora.

De Rio Grande a gaúcha, formada em declamação no Rio de janeiro, seguiu para Bagé prometendo voltar a Pelotas para um recital com a presença do intendente, Augusto Simões Lopes. Destaque nacional, a poetisa, conhecida por seus poemas amorosos e delicados, também era conhecida no cenário cultural carioca, na década de 1920.

Fonte: revistas Illustração Pelotense e Fon Fon

Há 50 anos

Mutuários em atraso nas parcelas poderiam ser desalojados da Cohabpel

Mutuários da Cooperativa Habitacional dos Operários de Pelotas Ltda precisaram correr para regularizar as parcelas em atraso, sob ameaça de judicialização dos processos. As dívidas não pagas poderiam acarretar a perda do imóvel.

A Cohabpel foi fundada em dezembro de 1966, atendendo às instruções do Governo Federal. Os imóveis foram financiados pelo extinto BaNacional de Habitação.

A cooperativa foi organizada por membros da comunidade. Em 1970 o condomínio tinha 1,3 mil apartamentos e abrigava cerca de 6,5 mil pessoas. No início da década a diretoria da Cohabpel era formada por Roberto Idiarte Nogueira, Cláudio Lopes Pinheiro, José Chagas da Silva, Castelar Braz Garcia, Antônio  Carlos Barcellos dos Santos, Clayr Lobo Rochefort, Teófilo Salomão e Cyro Madeira de Cerqueira.

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; revista Destaques Pelotas 1970, de Miguel Tarnac da Rocha

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