As lideranças locais que deixaram os cargos de prefeitos há menos de duas semanas já começam a mover-se de olho nas eleições do ano que vem. É natural, a política requer planejamento de longo prazo e as peças dos tabuleiros de xadrez movem-se constantemente.
No entanto, é urgente pensar em possibilidades para não haver a trágica “queimação” que aconteceu no pleito de 2022 e ficarmos com representação reduzida novamente.
É natural do jogo político que todos os partidos queiram enviar sua representação, e com a ampla oferta de espectros ideológicos, surgem nomes aos montes. Mas chegamos a um ponto em que no último pleito, embora tenhamos conseguido, enquanto Zona Sul, emplacar dois nomes para o Congresso Nacional, ficamos apenas com dois deputados estaduais.
É inaceitável que isso se repita. Esse número cresceu agora, com a entrada de Halley de Souza (PT), rio-grandino que era suplente, e se junta a Pedro Pereira (PSDB), de Canguçu e Zé Nunes (PT), de São Lourenço do Sul. Mas é muito pouco, dado o tamanho da nossa população. Pelotas não elegeu ninguém! É inacreditável.
A região já vai ter uma perda massiva de representação ao deixar de ter o governador no próximo mandato, já que o período de Eduardo Leite (PSDB) se encerra e nenhum nome parece despontar como potencial representante na disputa.
Talvez Paula Mascarenhas (PSDB) emplaque uma nomeação de vice, mas ainda é cedo para imaginar isso, ainda mais dada a magnitude da derrota tucana na eleição municipal. Por isso tudo, é urgente pensar em estratégias para aumentar a representação da região na Assembleia e, se possível, até no Congresso.
Foi com pressão política das lideranças que garantimos quase todos os avanços recentes, passando pela BR-116 duplicada, a questão do pedágio, o início da retomada do Polo Naval e diversas obras via emendas.
É preciso que os partidos sejam inteligentes e não matem uns aos outros, sob pena de, mais uma vez, ficarmos num apagão representativo e precisando da boa vontade de líderes de outras regiões para falar por nós.