Quem circulou pelo Calçadão de Pelotas recentemente reparou uma mudança importante: a remoção dos ladrilhos que estavam quebrados ou com defeito, e sua substituição por peças novas.
Segundo a Secretaria de Planejamento e Serviços Urbanos, o serviço de intervenção é decorrente de melhorias previstas no contrato de reforma do Calçadão, feito em 2019.
O processo de requalificação do piso proporciona um novo visual para o local, além de resgatar a segurança e a acessibilidade de um dos espaços mais movimentados da cidade. A correção das imperfeições em um passeio amplo é importante para todos os tipos de pedestres, entre eles as pessoas com deficiência (PCDs).
Carlos Rodrigues, 65, tem paralisia infantil desde os sete anos de idade. De uns tempos para cá, ele precisou do auxílio de um triciclo para se locomover com mais mobilidade. No entanto, a falta de firmeza dos ladrilhos e as crateras abertas espalhadas pelo caminho dificultavam a realização do trajeto.
“Em vários trechos, era muita lajota solta. Além dessas caixas de esgoto improvisadas, que são como armadilhas para mim”, aponta.
Retirada de entulhos
No final da tarde de ontem, o secretário responsável pela pasta, Otávio Peres, foi até o Calçadão para acompanhar o início do processo de organização do material e coleta dos entulhos. “Pude verificar que está tudo bem isolado e sendo encaminhado para recolhimento dos entulhos”, relatou. “Nosso mutirão de zeladoria, intersecretarias, vai dar conta desses cuidados, no centro e nos bairros, vias e calçadas”.
Colaboração entre prefeitura e empresas
O gestor também destacou que o calçadão depende da colaboração entre o poder público e os proprietários dos empreendimentos. “Estamos cientes do desafio de manter a vitalidade econômica do Centro, assim como da importância do turismo e do Centro Histórico. Esses são temas que estão interligados e que merecem atenção contínua”, afirmou.
Investimentos
Segundo Peres, investir em calçadas é uma necessidade premente. No que diz respeito à aplicação de recursos em obras urbanas, ele julga essencial aprimorar a qualidade desses investimentos. “A gente tem feito investimentos com durabilidade de cinco ou dez anos.
O Calçadão é um exemplo disso, foi uma obra que tão logo terminou a intervenção, surgiram problemas como soltar as lajotas nos primeiros meses”, lembrou.
Carência na manutenção
Outro ponto destacado, que foi discutido entre as secretarias de zeladoria, é a lacuna na designação de uma pasta específica para a manutenção de serviços urbanos. Ele pontua que, atualmente, há o serviço autônomo do Sanep, que se concentra principalmente em questões de drenagem, e uma secretaria voltada para vias não pavimentadas.
“Precisamos adotar, em conjunto com as secretarias de Obras e Urbanismo, uma abordagem contínua para a manutenção de áreas pavimentadas, como as calçadas”, identifica o secretário.