Em dois anos, potência instalada de energia solar cresce 54% em Pelotas

Levantamento

Em dois anos, potência instalada de energia solar cresce 54% em Pelotas

O número de unidades consumidoras saltou de 5,6 mil em 2023 para 9,1 mil unidades neste ano; procura pela geração própria de energia é motivada pelos valores da tarifa de concessionárias

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Atualizado quinta-feira,
09 de Janeiro de 2025 às 14:15

Em dois anos, potência instalada de energia solar cresce 54% em Pelotas

O número de casas e de empreendimentos com os telhados cobertos por placas fotovoltaicas para a produção de energia própria têm aumentado consideravelmente nos últimos anos em Pelotas. Atualmente a potência instalada de energia solar na cidade é de 49.378 quilowatt, o que representa um crescimento de 54% em comparação a produção de 2023. O salto é observado no ranking do Estado em que o município aparece em 7º lugar entre as cidades com a maior geração distribuída.

Conforme o último levantamento da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura do RS, são mais de 6,6 mil unidades de equipamentos instalados em Pelotas. Há dois anos, o número era de 4,1 mil. Já em relação a quantidade de unidades consumidoras atendidas o salto é ainda maior. Até o dia 6 de janeiro deste ano eram 9,1 mil, enquanto em 2023 eram 5,6 mil propriedades.

As residências são a classe de consumo que lideram a capacidade de potência instalada (29.311) em Pelotas. Seguida pela comercial (13.757), rural (3.374) e industrial (2.364). O restante é distribuído para o serviço público. A microenergia, que corresponde a potência de cerca de 75 kW e a equipamentos para consumo de residências, por exemplo, é responsável por 99% das instalações.

Salto de energia solar

Projetista de uma empresa de fornecimento de equipamentos de energia solar, Jesus Vieira considera que o grande crescimento de adesão às placas solares se deu a partir da pandemia, quando o consumo aumentou e, consequentemente, o valor da tarifa de energia. “Naquele período o valor da energia subiu muito para o consumidor o que impulsionou ele a querer adquirir um sistema para gerar sua própria energia”.

Em comparação a 2020, o número de potência instalada aumentou em mais de 1400%. Na época o volume era de 3.238 KW e havia somente 337 unidades de instalações no município. Outro fator para o crescimento foi a implementação em 2022 do Marco Legal da Geração distribuída no Brasil. “Realmente vimos que foi um grande boom no setor”, diz.

Geração própria e lucro

De acordo com Vieira, os clientes buscam na geração própria de energia solar a independência do pagamento de conta de energia elétrica gerada pelas concessionárias. “Mesmo que financiado e a taxa de juros pouco atrativa, ele acaba por trocar o valor da fatura de energia pela parcela do financiamento”, detalha.

O projetista destaca que o retorno do pagamento do sistema de placas é rápido, em média de três a quatro anos, o valor investido passa a ser revertido em lucro.” Posterior ao período de quitação do sistema, ele [cliente] passa a pagar apenas a taxa de disponibilidade e percentual da tarifa do fio B”.

Curva de crescimento excelente

Professor do curso de Engenharia Elétrica no IFSul, Roberto Sacco, considera que o aumento da energia solar em Pelotas “é super relevante, é uma curva de crescimento excelente”. Sacco destaca que o potencial para geração na cidade é grande tanto em telhados construídos como em terrenos em solo sem aproveitamento econômico. “Que podem ser aproveitados para autoprodução energética”.

Valores

O especialista detalha a média de valores para o investimento na geração própria de energia solar com sistema fotovoltaico. Para consumidores de baixa tensão, por exemplo, residencial e alguns comércios, o preço seria entre R$ 3 a R$ 4 por kWp instalado. “Um sistema típico para residência, é com oito módulos, dois microinversores, ficaria numa média em torno de R$ 25 mil”.

Entre os fatores que impactam na variação de preços estão as condições de pagamento, marcas dos equipamentos e valores de mão de obra do fornecedor. “Alguns projetos se houver importação podem ficar mais caros, na faixa de R$ 5 a R$ 6 para cada kWp instalado”.

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