Mercado Central celebra 176 anos de história e tradição

Patrimônio de Pelotas

Mercado Central celebra 176 anos de história e tradição

Prédio histórico mais visitado da cidade enfrenta desafios, mas continua como referência turística e ponto de encontro para gerações

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Atualizado sexta-feira,
03 de Janeiro de 2025 às 19:26

Mercado Central celebra 176 anos de história e tradição
Atualmente o Mercado Central gera 250 empregos diretos na cidade. (Foto: Jô Folha)

O Mercado Central de Pelotas completou 176 anos de existência nesta sexta-feira (3), com uma história rica em tradição que enche de orgulho a comunidade pelotense. Desde 1849, o local é um ponto de encontro para gerações e oferece uma enorme diversidade de produtos e experiências culturais. Aberto ao público durante todos os dias da semana, ele também é o mercado central mais antigo em funcionamento do país, e carrega a importância de ser o prédio histórico mais visitado da cidade. O local gera 250 empregos diretos.

Ainda que tenha enfrentado desafios ao longo dos anos, como a pandemia, o espaço continua vibrante e acolhedor, e segue atraindo turistas. É o caso da uruguaia Ana Santos, 57, que está de passagem por Pelotas em uma viagem de férias, de Montevidéu a Gramado. Ela não planejou parar na cidade, mas admite que pela beleza da arquitetura valia a pena conhecer. “O mercado é belíssimo, um prédio de época, eu gosto dessas construções. Adorei o relógio também”, cita a estrangeira, “e vamos entrar para ver por dentro agora”.

Enquanto alguns descobrem o mercado pela primeira vez, um dos barbeiros mais antigos do prédio segue ativo há mais de uma década. Aos 84 anos, Irnando Conceição passa os dias no Salão Oliveira, rotina que nunca deixou de levar a sério. Com o passar do tempo, “o mercado mudou”, ele conta, pois antes “tinha tudo para vender, no século passado, tudo se encontrava”. Mesmo com os desafios impostos pelas mudanças da sociedade e a modernidade, o experiente barbeiro sabe exatamente o papel do lugar que permitiu seu sustento e uma boa qualidade de vida.

“Em 1970, eu via descer mais de 15 mil pessoas até o Anglo, e quando eles voltavam, como eu trabalhava até 11 horas da noite, vinham todos cortar o cabelo, e eu trabalhava e ganhava meu dinheiro de maneira honesta. Sustentei meu pai e minha mãe a vida toda. Trabalhei mais da metade da minha vida aqui, até nos domingos. Formei duas filhas e consegui realizar alguns sonhos. Então me sinto realizado, porque o mercado foi o meu galpão”, justifica Conceição.

Maioria dos turistas visita

Na parte interna do mercado, Rudi Berwaldt, 74, trabalha vendendo produtos frescos e típicos da região. Ele também é diretor da Associação dos Permissionários do Mercado Central de Pelotas (APMCPEL), e comenta sobre uma pesquisa feita pela secretaria de Desenvolvimento Turístico de algum governo municipal anterior. Segundo ele, “80% dos turistas que vêm a Pelotas, visitam o mercado, e 50% visitam a Catedral”. Com isso, ele conclui que o mercado central é uma referência não só para Pelotas, como para toda a Região Sul.

“Temos que ter um mercado bonito, atrativo. Existem problemas a resolver, mas não depende só de nós, depende do poder público. […] Tem muita banca fechada, e a dificuldade em alugar as bancas se dá pela falta de licitações. A última foi em 2023 e nós estamos em 2025. Os espaços fechados não atraem público”, afirma o comerciante. “Temos muita expectativa com a nova administração municipal, para que dê uma atenção especial para o mercado”, estima.

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