Carlos Júnior assume a Câmara com promessa de redução de gastos

Em Pelotas

Carlos Júnior assume a Câmara com promessa de redução de gastos

Vereador do PSD defende a independência do Legislativo e o diálogo com o governo municipal

Por

Carlos Júnior assume a Câmara com promessa de redução de gastos
Vereador foi eleito com 12 dos 21 votos dos parlamentares. (Foto: Divulgação)

Após uma série de reviravoltas nos bastidores da Câmara de Pelotas durante as últimas semanas de 2024, a nova legislatura começou no dia 1º de janeiro sem polêmicas, com Carlos Júnior (PSD) eleito presidente do Legislativo em uma candidatura que uniu vereadores da base e parte da oposição.

Com o compromisso de conduzir a Câmara com independência, mas aberta ao diálogo com o governo do prefeito Fernando Marroni (PT), Carlos Júnior superou o movimento do bloco de oposição que inicialmente teria Cauê Fuhro Souto (PV) como candidato à presidência, mas acabou lançando o correligionário de Júnior, Daniel Fonseca, à presidência. Dos 21 vereadores, o eleito teve voto de 12 parlamentares.

Redução de gastos

Carlos Júnior também defende que a Câmara reduza gastos, incluindo diárias, e que seja realizada uma auditoria das contas do ano passado, quando o presidente foi Anderson Garcia (PSD), que não foi reeleito.

“Vamos ter muitos desafios, o primeiro é a questão interna, tentar aplicar algumas reduções, principalmente nas diárias, e algumas mudanças nos limites de gastos”, diz. Em 2024, os gastos da Câmara com diárias chegaram a R$ 1,6 milhão e o Legislativo teve dificuldades financeiras, precisando recorrer a empréstimo para pagar o 13º dos servidores.

Segundo ele, a nova presidência já está analisando os números de 2024. “Já estamos fazendo uma avaliação interna para entender se ficou algo a pagar e termos a garantia da parte jurídica. Também estamos preparando uma redução de no mínimo 50% do que foi gasto em 2024 e colocar um limite de R$ 40 mil por gabinete (em diárias)”, afirma.

Relação com o governo

“Se tiver um bom diálogo entre os poderes, com harmonia e muito respeito, vamos conseguir fazer o melhor para a cidade”, disse. “A vereadora Miriam (Marroni) vai ser secretária de Governo, ela tem uma boa relação com a Câmara e fica mais fácil ter esse diálogo para tratar das pautas importantes para a cidade”.

O primeiro projeto importante que deve ser enviado pelo governo Marroni é a minirreforma administrativa, que altera a estrutura de cargos, cria seis secretarias e extingue seis assessorias especiais. O projeto já havia sido enviado em dezembro, mas acabou não sendo votado. Segundo Carlos Júnior, a depender dos prazos, não há nenhum empecilho para colocar a reforma em votação antes do recesso, que começará em 15 de janeiro.

Sede própria

Outro tema que volta à tona na nova legislatura é a construção de uma sede própria para a Câmara de Vereadores. A atual sede é alugada por mais de R$ 30 mil por mês. Em 2022, foi apresentado o projeto para a construção da sede no Parque Una, orçada em R$ 10 milhões. Desde então, não houve nenhum avanço.

O novo presidente espera poder avançar com o tema neste mandato. “Participei do início deste processo na outra legislatura, e acho que temos que continuar. Vamos retomar esse tema importante de ter a sede própria e sair do aluguel”, diz.

Expectativas

Apesar de ser a primeira vez que Carlos Júnior assume a presidência da Câmara, a expectativa de liderar o Legislativo vem desde o mandato anterior. Na legislatura passada, havia um acordo para que ele fosse presidente, que acabou não sendo cumprido.

Ele avalia que essa espera foi positiva e uma oportunidade de acumular aprendizado. “Consegui aprender muito, sempre escutando mais e falando menos. Fui aprendendo com as pessoas que têm mais experiência e acredito que a presidência chega num momento certo, em que conseguimos um ponto de equilíbrio. Acho que conseguiremos fazer um bom mandato e retomar a boa imagem do poder Legislativo”, diz.

Acompanhe
nossas
redes sociais