Investimentos podem mudar o cenário econômico da Zona Sul
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira20 de Janeiro de 2025

perspectivas para 2025

Investimentos podem mudar o cenário econômico da Zona Sul

Setor de transportes é o que mais deve ser movimentado em relação a obras e investimentos na região

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Investimentos podem mudar o cenário econômico da Zona Sul
Segunda ponte sobre o Canal São Gonçalo é urgente. (Foto: Jô Folha)

O ano de 2024 se despediu deixando previstas várias iniciativas que foram anunciadas para serem entregues no futuro próximo. Acompanhados de investimentos, estão as novas gestões municipais. Alianças serão importantes também com as universidades, como a UFPel que inicia um novo ciclo, e com o setor empresarial, turístico e cultural da região. As notícias que chegam com o 2025 são otimistas para o desenvolvimento regional.

O presidente da Aliança Pelotas, Jorge Almeida, vê com entusiasmo as perspectivas para 2025. A construção de quatro cascos para a Petrobras, em Rio Grande, é uma delas. “É um investimento muito importante que impacta toda a região. Seria a reativação do polo naval”, destaca Almeida. Para que o desenvolvimento fosse pleno, a conclusão da duplicação da BR-116 e as obras no Lote 4 da BR-392 (que fica na zona industrial do município), seriam fundamentais. Dentro do perfil econômico da cidade, o setor de serviços é o que mais tem crescido em Pelotas e vem a reboque da construção civil.

Para que isso ocorra em pleno, as entidades que fazem parte da Aliança contam com o cumprimento das promessas feitas pelos candidatos, ainda no período eleitoral. “Esperamos que o novo governo olhe para as demandas das empresas, sendo que a garantia é de que certas travas serão equacionadas, tanto na indústria, comércio e serviço. O diálogo com a Câmara de Vereadores, que está com uma composição diferente, também será buscado em 2025.” Seguindo pela característica econômica da cidade, a inauguração de um novo hotel e a reabertura de pontos turísticos são apontadas por Almeida como chamariz para eventos de negócios, o que movimenta a economia local.

Já o vice-presidente da Aliança Rio Grande e de infraestrutura da Federasul, Antônio Carlos Bacchieri, aposta todas as fichas na ponte entre Rio Grande e São José do Norte. Para ele, seria o maior investimento dos últimos 50 anos e tornaria uma região considerada pobre, em um polo de desenvolvimento, em função da potencialidade do Porto de Rio Grande. “Abre-se uma perspectiva no Litoral Sul, que hoje é muito pobre e que poderá ter um desenvolvimento significativo. Poderíamos aumentar a capacidade do Porto do Rio Grande, duplicar praticamente. Isso é um diferencial em relação a outros portos no Brasil. Então temos que nos unir pois este projeto faz parte do plano do PAC do governo atual”, destaca.

A duplicação da BR-116 é uma perspectiva bem clara para o empresário, sob o ponto de vista que a ponte em Camaquã está andando bem rápido. Nesse sentido ele destaca o empenho das lideranças empresariais na tentativa da manutenção da segunda ponte sobre o São Gonçalo tendo como exemplo o acidente que ocorreu no norte do Maranhão, vitimando várias pessoas. “São muitos caminhões com cargas passando por uma ponte só. E quando se tem uma ponte, pode não ter nenhuma”, enfatiza. O mesmo empenho é empregado no Lote 4. “Há uma demora na liberação de verbas e acredito que possa estar ligado à concessão da rodovia, no ano que vem”, observa Bacchieri.

Confira pontos elencados para 2025

Indústria

  • Nova unidade da Josapar

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou financiamento de R$ 152,9 milhões do programa BNDES Emergencial para o Rio Grande do Sul, na modalidade de investimento e reconstrução, para a Josapar Joaquim Oliveira S.A. Participações para implantar uma fábrica de fertilizantes em Rio Grande. A unidade do bairro Areal, em Pelotas, vai ser transferida pela proximidade do Porto. O financiamento do BNDES corresponde a 75,8% do investimento total previsto para a implantação da fábrica, de R$ 201,7 milhões. Para ter acesso ao crédito a empresa deve, em 2025, manter ou ampliar os 156 empregos da unidade. A nova fábrica terá o dobro da capacidade de produção da planta atual, que é de 60 mil toneladas por ano.

  • Primeira biorrefinaria

A Refinaria de Petróleo Riograndense, em Rio Grande, deve iniciar em 2025 a produção regular de óleo de soja em uma unidade de refino industrial. A tecnologia, desenvolvida no Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (CENPES) da Petrobras, permite adotar como carga uma matéria-prima 100% renovável, com inovações de processo e catalisador, gerando produtos petroquímicos integralmente renováveis. Deverão ser produzidos insumos petroquímicos e combustíveis renováveis como GLP, combustíveis marítimos, propeno e bioaromáticos (BTX – benzeno, tolueno e xileno), usados nas indústrias da borracha sintética, nylon e PVC.

  • Polo Naval

O Estaleiro Rio Grande (Ecovix), em conjunto com o Estaleiro Mac Laren, do Rio de Janeiro, vai construir quatro embarcações do navio Handy. O consórcio apresentou preço final de US$ 69,5 milhões por embarcação e o começo dos trabalhos está previsto para o primeiro trimestre de 2025. As construções vão movimentar mais de R$ 1,6 bilhão e gerar mil empregos. Em junho de 2025, a companhia prevê a divulgação de outro processo licitatório para a aquisição de quatro embarcações de médio porte (padrão MR1).

  • Combustível

A Bacia de Pelotas já é uma realidade e 44 áreas já foram adquiridas. Ela é uma das 11 bacias sedimentares incluídas na nova Oferta Permanente de Concessão (OPC) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Mais 34 áreas devem ser disponibilizadas para a exploração de combustíveis.

Transportes

Ar

  • Aeroporto de Pelotas

A Companhia Latam vai operar voos regulares a partir de abril de 2025 no Aeroporto Internacional de Pelotas. A previsão é de 20 mil passageiros por ano na nova rota para São Paulo pelo Aeroporto de Guarulhos. Se mantidas todas as linhas, serão oito rotas para o Estado de São Paulo por semana. Os voos serão operados por aeronaves da família Airbus A319, com capacidade para até 138 passageiros.

Água

  • Lagoa Mirim

A dragagem da Lagoa Mirim está em fase de estudo e para 2025 deve avançar com a batimetria do local. É uma obra que envolve um acordo binacional e depende do Uruguai fazer o porto. Vai ajudar no escoamento da produção, ampliar as exportações e fazer com que o Porto do Rio Grande possa melhorar ainda mais na exportação de grãos e importação de trigo e outros ativos fundamentais para a movimentação da economia também do país vizinho. O projeto está inserido no Novo PAC e deve ter custar R$ 42 milhões. Constitui no transporte hidroviário por trechos de sete rios e tem extensão total de 1.860 quilômetros.

 Terra

  • Ponte Internacional

A Ponte Rio Branco-Jaguarão está no escopo do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit). Para as Alianças Pelotas e Rio Grande, há chance de se iniciar as obras em 2025.

  • Ponte São Gonçalo

O projeto de manutenção da ponte Alberto Pasqualini, sobre o Canal São Gonçalo, deveria ser anunciado em dezembro, uma vez que estava sendo finalizado em Porto Alegre. O anúncio deve ficar para 2025 e consiste em recuperar a parte da estrutura da ponte que está danificada. Chamada de superestrutura, pois envolve as vigas terá que ser feito um reforço e a faixa será alargada.

  • Duplicação da BR-116

Com 85% dos mais de 211 quilômetros de extensão, a duplicação da BR-116 deve ser concluída ainda em 2025, na opinião das lideranças da região. Para 2025 falta liberar 2,63 quilômetros do lote 5 localizado entre o km 417,35 e o km 419,98, em Cristal. Em São Lourenço do Sul (km 469,76 ao km 476,54), serão abertos ao tráfego mais 6,78 quilômetros da duplicação.   Ao todo já foram investidos pelo Governo Federal na duplicação aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

Empreendimentos

  • Hospedagem

Ibis Hotel deve entrar em operação em 2025 em Pelotas. A estrutura que fica na avenida Dom Joaquim está 41% concluída. O projeto contempla uma área de  6,4 mil metros quadrados, com 144 apartamentos divididos em seis andares. O investimento é de mais de R$ 30 milhões

  • Saúde

O funcionamento do Hospital Regional de Pronto Socorro está previsto para 2025. A estrutura, na avenida Bento Gonçalves, está quase pronta. O investimento é de R$ 60 milhões e o atendimento será 100% SUS. O HRPS terá 121 leitos clínicos, sendo dez de UTI para adultos e dez para pediatria, cinco salas cirúrgicas e dependências para recuperação. O complexo atenderá urgências e emergências, e prestar atendimento de cirurgia geral, traumatologia, bucomaxilofacial e cardiologia.

Turismo/Cultura

  • Sete de Abril

O Theatro Sete de Abril deve abrir as portas ao público ainda no início de 2025. As poltronas junto com o mobiliário dos camarotes estão em processo de execução. Já foi concluído o processo de compra das luminárias e a próxima gestão escolherá como adquirir o material. A caixa cênica ainda está em processo de licitação. A parte elétrica do teatro tem previsão de seis meses para ser instalada.

  • Grande Hotel

A nova reitoria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) diz que pretende retomar as obras do Grande Hotel em 2025. Será feito novo processo de licitação e a expectativa é de que o restauro represente um grande passo para a formação dos estudantes, uma vez que o patrimônio será um Hotel Escola, e para a população que terá o local como referência da história da cidade.

Esporte

  • Gauchão 2025

O 2025 será marcado pela volta do clássico Bra-Pel válido pela primeira fase do Gauchão. A partida será na Boca do Lobo com data ainda a ser definida entre 8 e 9 de fevereiro, pela sexta rodada. Para os torcedores foram quatro anos de espera de uma partida que movimenta a cidade em dia de clássico.

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