A expectativa para este veraneio é grande e quem trabalha por lá está em contagem regressiva para a festa de Réveillon, evento que está sendo esperado com otimismo, como ponto-chave para atrair mais turistas.“Estamos com a expectativa desse fim de ano, com essa festa que vem aí na virada do ano”, fala a comerciante Cleusa Rodrigues, 56, otimista com o veraneio. Como no Réveillon do ano passado o movimento foi muito bom, o desejo é alavancar as vendas na virada do dia 31 para o 1º de janeiro.
O trailer de churrasquinho de Cleusa está na orla do Laranjal há 21 anos, durante todo o ano, tempo que proporcionou muitas experiências boas e outras nem tanto. O drama vivido com as chuvas no mês de maio, por exemplo, ainda está vivo na memória da comerciante. “Depois do que a gente passou aqui em maio, é muito bom ver toda essa movimentação”, fala.
Durante as cheias, Cleusa teve de levar o trailer para próximo do residencial Amarilis, na avenida Adolfo Fetter, porque a renda da família é oriunda do caminhão. “Infelizmente aconteceu tudo aquilo com a nossa praia, mas agora vem esse verãozinho e ver essas pessoas aqui de volta é maravilhoso”, fala.
A comerciante confessa que se surpreendeu com a velocidade com que a orla voltou a ficar frequentável após os eventos climáticos do outono. Para o comércio dela, o que mais demorou foi a troca de um poste de iluminação, que aconteceu há poucas semanas. Por enquanto, somente o clima do mês de dezembro, com temperaturas amenas, dias mais nublados e ventosos, não tem favorecido as vendas.
A esperança de Cleusa é que a praia continue sendo cuidada também no inverno, período em que os serviços ficam mais lentos, na opinião da vendedora. “No inverno a gente fica muito abandonado, afinal essa é uma das praias mais bonitas daqui da região, precisa ser cuidada o ano inteiro”, diz.
Cleusa conta que a rua onde mora, a São Lourenço do Sul, no Santo Antônio, por exemplo, não é calçada. “Precisa de manutenção mais constante, mas não é assim”, afirma.
Outra questão levantada pela moradora é sobre uma pracinha (área verde) ao lado da casa dela e que atualmente está com o mato alto. “Plantamos árvores ali, valorizamos, mas a manutenção é difícil, o serviço público espera o mato ficar com quase um metro para fazer a limpeza, nessa época é mais preocupante por causa dos mosquitos”, comenta.
A feirante Beatriz Milgarejo da Rosa Pereira, 42, comercializa os merengues que produz na orla da praia do Laranjal somente na temporada de verão. Também otimista, diz que mesmo com o tempo nublado ela sempre vende bem, mas espera que a partir da segunda semana de janeiro o fluxo de pessoas aumente. Essa é a segunda temporada em que estará no Laranjal. “Aqui a gente une o útil e o agradável”, diz.
Em recuperação
Outra que também trabalha no Laranjal há bastante tempo é Andreia Alves, 49, proprietária há 16 anos de uma loja de vestuário feminino no Shopping Mar de Dentro. A comerciante avalia 2024 como um ano muito complicado e também está otimista com o início do veraneio.
A loja de Andréia, de frente para a praia, foi invadida com a elevação da Lagoa dos Patos e ainda está em recuperação. Sobre os prejuízos, ela conta que perdeu alguns móveis e outros ainda estão em uso, mas demonstram desgaste diante da exposição à água e precisam ser trocados. “Não foi fácil para ninguém. Mas estamos aí, espero que seja bem bom o movimento”.
A comerciante relata que houve movimentação de público durante o Natal, mas, em comparação a outros dezembros, a praia ainda está calma e a expectativa é que melhore. “Acho que é esse tempo que não está firme, precisamos que aqueça mais”, diz.
Apesar de trabalhar com vestuário, Andréia também está com boa expectativa de bons negócios, durante a virada de ano. “Acho que a festa da virada vai ser uma loucura, vai ser muito bom para o turismo, vai atrair bastante gente”, comenta.
Organização surpreende
Se de um lado quem vivencia o cotidiano da praia está otimista, quem chega se surpreende com a retomada das atividades. É o caso da metalúrgica Aline Valeirão, 50. A pelotense mora em Cachoeirinha há muitos anos, porém não abre mão de passar o Ano Novo com a família no Laranjal. “Estou surpresa com a areia limpinha, com tudo organizado. Eu sou apaixonada pelo Laranjal, a gente já viajou bastante, mas aqui é tudo aconchegante”, avalia.
Aline, que foi voluntária na região de Porto Alegre durante a enchente de maio, conta que ainda há situações que não foram ou ficaram bem resolvidas por lá. “Aqui não parece que foi tão grave, quanto a gente viu nas fotos e quanto a família relatava”, fala.
Na casa (rua Canos, no Valverde) da professora Ísis Potes, 39, onde Aline está hospedada, entrou uma fina lâmina de água. “Na nossa casa entrou pouco, estragou algumas coisas, mas nada comparado a de outras famílias, diante de tudo podemos dizer que foi até tranquilo”, conta.
Ambas elogiam a recuperação da orla do Laranjal e qualificam o trabalho da prefeitura como objetivo e tranquilo, tanto durante o evento quanto após as cheias. “Quem vem para cá não vê aquele cenário de pânico, conseguiram fazer uma limpeza boa e a gente vê que a praia tá linda”, diz Ísis. As primas dizem que, claro, sempre tem pontos a serem melhorados, mas nada que atrapalhe o veraneio.
Diversão e atividade física na praia
Além dos serviços de empréstimo de guarda-sóis e de materiais para prática de esportes de quadra e de disponibilizar água para chimarrão e erva-mate, a Casa da Praia, da prefeitura em parceria com o Sesc Pelotas, será mais uma vez o ponto de encontro para quem quer praticar atividade física na beira da praia. As ações incluem ainda massagem, recreação e banho inclusivo com cadeiras anfíbias.
A partir de sexta-feira começará a programação do Estação Verão com aulas de terça a domingo, das 8h às 18h, com as seguintes atividades: câmbio (vôlei para terceira idade), dança e treinamento funcional. Algumas dessas ações ocorrem pela manhã e à tarde e não é necessária inscrição prévia, basta chegar e se juntar ao grupo. Mais informações no local ou pelo Instagram do Sesc Pelotas.