De acordo com os dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), Pelotas teve no mês de novembro a criação de 1.367 cargos formais. A comparação é feita entre os números de contratações e demissões, onde foi observada a variação de 2,09% em relação ao mês de outubro.
O crescimento permitiu que o município garantisse o segundo lugar do Estado em termos de geração de emprego, perdendo somente para Porto Alegre. No RS, foram 11.865 novas vagas de trabalho.
A expansão da abertura de postos de trabalho formais em novembro é resultado de 3.844 admissões e 2.477 desligamentos, e totaliza um estoque de 66.804 empregos de carteira assinada na cidade. A indústria, que já havia tido um papel relevante no mês de outubro, desta vez foi o setor de maior ênfase, responsável por 80,2% das vagas do saldo geral.
Segundo o economista e professor Daniel Uhr, o principal fator relacionado ao destaque da indústria é o seu forte desempenho em Pelotas, impulsionado pela safra do pêssego e as empresas de processamento de frutas para enlatados.
“Esse cenário reflete uma fase de expansão da indústria local, possivelmente motivada por novos investimentos, aumento da demanda e fortalecimento de atividades produtivas estratégicas”, comenta Uhr. Além disso, ele acrescenta que o estoque significativo de empregos (8.983) no campo da indústria indica que o segmento “já desempenha um papel consolidado na economia local”.
Comércio em período sazonal
O setor de comércio contribuiu com a criação de 273 novos postos de trabalho, sendo o segundo maior saldo entre os setores. O especialista também aponta que esse resultado pode estar relacionado ao crescimento das contratações típicas da época de festas de fim de ano, quando há um aumento expressivo na demanda por trabalhadores temporários. “Tal comportamento reflete a importância do comércio para a economia de Pelotas e a preparação do setor para atender ao aumento do consumo”, explica.
Impacto negativo da construção
Por outro lado, o setor da construção civil teve um saldo negativo de 85 vagas, com 318 desligamentos e 233 admissões. Esse comportamento, conforme aponta Uhr, pode estar associado à sazonalidade ou a dificuldades específicas enfrentadas pelo setor, como a desaceleração de obras públicas ou privadas. Apesar disso, o impacto geral foi limitado, devido à menor representatividade do setor na economia da cidade.
Padrão em Rio Grande
Em Rio Grande, os setores de serviços e comércio são os de maior relevância, com um padrão de saldo positivo de 206 e 156, respectivamente. Mas, segundo o economista Eduardo Tillmann, o comportamento não traz grandes surpresas para além do que já se vê recorrentemente. “Uma flutuação normal de mercado”, define o especialista.