A ascensão meteórica da Associação Esportiva Trairagem de Futsal (ATF) foi coroada em 2024 com a inédita participação na Série Ouro, primeira divisão do estadual organizado pela Federação Gaúcha de Futsal (FGFS). A equipe de Pelotas passou antes pelas séries Bronze e Prata até, neste ano, atingir as oitavas de final em uma competição fortalecida pelos retornos de potências nacionais como Atlântico e ACBF, além da Assoeva. O diretor da ATF, Gustavo Passos, fala da trajetória do projeto e das perspectivas para 2025.
Quais foram as principais razões, na época, para colocar a ATF na FGFS e começar a disputar competições?
Ainda como Trairagem FC, o pensamento de filiar à FGFS veio após conquistarmos a Taça Liberdade de 2021/22, e também por ser um sonho do Tainã [Dias Pessoa] de ter o time dele disputando um estadual. Infelizmente ele não pode realizar esse sonho pois faleceu. Em um primeiro momento a ideia era, através da filiação, ter mais reconhecimento por ser vinculado à maior entidade de futsal gaúcha e assim angariar mais patrocinadores. Porém as coisas começaram a se encaixar e em conversas entre os mais antigos do time optamos por disputar a Série Bronze ainda em 2022 para pegar uma experiência nesse tipo de competição.
Lá atrás vocês esperavam chegar tão rápido na Série Ouro?
Tudo era um sonho, pensamos muitas vezes em desistir, em nem entrar na competição na verdade. Após as duas primeiras partidas, ter duas derrotas duras nos fez repensar a escolha de ter entrado na competição em 2022. Porém, a chave virou e tudo começou a tomar um rumo diferente. Sabíamos que éramos capazes de querer mais, e foi assim que chegamos no acesso para a Série Prata de 2023, aí sim com um pouco mais de experiência e com o desejo de chegar na Série Ouro como objetivo do clube.
O que ficou de aprendizado da última temporada?
Foi uma experiência fantástica, visto que tivemos a maior Série Ouro de todos os tempos e também tivemos o retorno de Assoeva, ACBF e Atlântico, este último vindo do título da LNF [Liga Nacional] 2023 e vindo a Pelotas nos enfrentar, onde fizemos um enfrentamento de alto nível ficando à frente da equipe adversária e tendo grandes chances no jogo. Estar com os grandes nos transforma em um grande, pois compartilhamos pensamentos e ideias de time e não mais de “equipe de final de semana”.
Qual é a realidade do projeto e qual a perspectiva para 2025?
O projeto em 2022, 2023 e 2024 foi totalmente de forma voluntária. Com a ajuda de patrocinadores, chegamos ao final dos anos buscando sempre evoluir e tentar chegar a um ano com maior investimento e mais tranquilidade para realizar o projeto. Hoje um projeto de Série Ouro precisa ter no mínimo um investimento de R$ 100 mil para remunerar atletas e profissionais e ainda pagar todo o ano. Esperamos que possamos sim nos tornar um clube referência e criar nossa história ainda pelo Rio Grande do Sul que é imenso. Estamos no aguardo da reunião entre clubes e FGFS para definir os rumos da Série Ouro e do nosso ano.