Está em empolgante evolução a obra do Hospital Regional de Pronto Socorro, na avenida Bento Gonçalves. A obra, que aproveita a estrutura da UPA que nunca existiu – exceto num breve momento na pandemia – tem tudo para ser o ponto-chave de um salto de qualidade na saúde da região. Pelotas é a principal referência para dezenas de municípios e o PS atual, na Santa Tecla, passa longe do ideal, tanto em estrutura quanto em logística. O movimento tem tudo para ser positivo em todas as frentes.
Mas há sempre um “mas”. A promessa de entregar neste ano não foi cumprida e não há certeza de quando vai entrar em operação. Porém, mais do que isso, é preciso entender quais as ideias do próximo governo e da gestão estadual para isso. Havia um alinhamento estruturado entre a atual administração pelotense e a equipe de Eduardo Leite (PSDB) sobre o futuro do espaço. Mas o leitor deve lembrar que, na campanha, Marroni (PT) criticou diversas vezes a falta de clareza em alguns pontos. Como fica agora? Nenhum dos atores envolvidos comentou sobre o tema.
O próximo prefeito afirmou diversas vezes precisar de mais clareza sobre as responsabilidades administrativas do espaço. É justo. Afinal, com Pelotas de referência para pronto atendimento a outras diversas cidades, não é justo que o município arque com os custos sozinho. Mas como vai ficar isso? A falta de uma posição clara sobre o futuro é um tanto preocupante. Em entrevista ao A Hora do Sul, a próxima secretária de saúde, Angela Vitória, fala sobre a compra de equipamentos e projeta mais alguns meses para a mudança. Sinal um tanto tímido, mas aparentemente a coisa vai andar.
No tema da saúde, é importante que o próximo governo inicie acelerando. As promessas são de novas UPAs e de reduzir filas. Com o aperto econômico que os cofres municipais vivem, vai ser preciso bastante criatividade e suporte de outros entes públicos para isso. A ver como a coisa vai andar na prática.