Considerada uma das principais metas da virada de ano, construir uma reserva financeira pode ser desafiador em um primeiro momento. Mas, com algumas mudanças na rotina e na forma de consumir, e, da mesma forma, com a orientação correta, é possível guardar dinheiro, investir e já obter retorno no primeiro ano de investimento.
O diretor-presidente da Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio do Banrisul, Marcus Staffen, reforça que a principal mensagem deve ser a de começar, visto as facilidades de acesso a diversos tipos de produtos que se tem nos dias de hoje. “Dado um cenário de juros mais altos para 2025, a recomendação seria procurar opções que acompanham a Selic. No Brasil, esses produtos tendem a ser mais estáveis como os Certificado de Depósito Bancário (CDB’s) e os tradicionais fundos de Renda Fixa Referenciado (DI)”, explica.
Para o assessor de investimentos da Sicredi, John Rocha, também é importante que o novo investidor tenha consciência da análise do seu perfil (que define a orientação para menor ou maior risco em investimentos), além da escolha de um consultor financeiro que respeite a capacidade de tolerância e de riscos do investidor.
Cenário para 2025
Conforme Staffen, para 2025, devido à previsão da taxa de juros Selic em torno de 15%, os melhores investimentos passam a ser os atrelados a essa taxa, desde títulos públicos ou fundos de investimento.
Já Rocha reforça que o cenário de depreciação da moeda brasileira deve continuar no próximo ano, com a cotação para o dólar margeando o nível de seis reais. “Em 2024, observamos no Brasil o abandono da meta fiscal e a contínua deterioração da perspectiva para as contas públicas, ocasionando fuga de capitais estrangeiros, os quais foram impulsionados pelo cenário de projeções de juros americanos mais elevados com a vitória de Donald Trump”, avalia.
Investimentos em Renda Fixa
Devido à tônica de juros mais altos para 2025, a melhor escolha é optar por ativos que consigam de alguma forma acompanhar a taxa de juros. Títulos de bancos, os tradicionais CDB’s, LCIs e LCAs (Letra de Crédito ao Agronegócio e Letra de Crédito Imobiliário) que tenham a faculdade de isenção de imposto de renda; fundos de investimento que acompanham a variação da taxa de juros; os populares Fundos de Renda Fixa Referenciado DI, são as melhores opções para perfis conservadores. Rocha alerta para o ponto de atenção que é a carência mínima de nove meses, período em que o recurso não estará disponível para saque.
Investimentos em Renda Variável
De acordo com o diretor do Banrisul, 2025 se projeta como um ano difícil, da mesma forma que está sendo 2024. “Teremos um ano de maior oscilação de mercado. Neste cenário, recomendamos fundos ou outros produtos que tenham foco em dividendos, que são as ações que tradicionalmente remuneram melhor e pagam mais rendimentos por terem um comportamento mais previsível”, diz.
Já Rocha reforça que investimentos de renda fixa com maior grau de risco, tais como as ações, fundos de investimento, CRA’s e CRI’s (Certificado de Recebíveis do Agronegócio e Certificado de Recebíveis Imobiliários) podem ser uma boa estratégia. “Essas opções tendem a ser menos demandadas devido à elevação da remuneração de ativos de baixo risco, o que pode oportunizar a compra de ativos subvalorizados com olhar de médio e longo prazo”, orienta.
Investimentos em moeda estrangeira
Staffen adianta que para 2025, as projeções esperam leve recuperação do real frente ao dólar ao longo do próximo ano. “Entretanto, ainda é uma projeção muito complicada de ser feita nesse momento por fatores que independem do Brasil como a troca do presidente americano”, argumenta.
Investir diretamente em dólar não deverá se tornar uma boa alternativa, alerta o especialista da Sicredi. “Uma forma simples de investimento em moeda estrangeira pode ser feito por meio de fundos cambiais, sendo que alguns têm performado consistentemente acima da valorização do dólar alocando parte da carteira nos elevados juros da renda fixa nacional”, orienta.