A assinatura do contrato conjunto da Ecovix e do estaleiro Mac Laren para a construção de quatro embarcações do navio Handy é talvez a melhor coisa que a Zona Sul ouviu nos últimos anos. É, enfim, um grande respiro para a tão sonhada retomada do Polo Naval de Rio Grande. A geração de 1,5 mil empregos é ainda distante do objetivo geral de ver os terminais do superporto bombando novamente, mas é um primeiro e importantíssimo passo para esse processo.
O anúncio na segunda-feira, às vésperas do Natal, foi um presentão. É um consórcio avaliado em quase 70 milhões de dólares por embarcação que culmina em um valor quase bilionário movimentado no terminal gaúcho em parceria com a empresa carioca. São cerca de três anos de operações que, se tiverem sucesso, vão ser impulsionadoras de um novo momento de otimismo.
Para isso, é importante a região inteira ficar de olho e em vigília para garantir que, dessa vez, tudo saia dentro dos conformes. Um dos caminhos mais urgentes é manter a pressão constante junto aos governos estadual e federal para a garantia de políticas de engenharia que estimulem o setor portuário gaúcho. As obras de infraestrutura, sempre tão faladas, são também fundamentais para acelerar o processo.
Mais do que um contrato multimilionário que vai recolocar milhares de pessoas no mercado de trabalho, a novidade é um ar de otimismo para uma região que sofre constantemente com problemas de autoestima. É um processo fundamental ver essa retomada dando certo, já que falta apenas o alinhamento e a aceleração para tudo funcionar. É preciso que tenhamos noção de que temos quase tudo o que é preciso: mão de obra qualificada, tendência natural a esse tipo de produção pela nossa posição geográfica estratégica e, principalmente, muita vontade de fazer tudo dar certo dessa vez.
Se o Polo Naval voltar a acelerar rumo ao seu potencial, não é só Rio Grande que vai sair vencendo. Toda a Zona Sul vai encarar, finalmente, o momento há tanto tempo sonhado, que nos foi tirado, mas sempre sonhamos que iria voltar.
