Tiago Schuch Lemos Venzke, conhecido como Tiago Floresta, é autor do livro Plantas Medicinais do Horto da Universidade, um guia ilustrado de 20 plantas medicinais comuns em campos, florestas, trilhas e margens de estradas. Com estilo naturalista na sua primeira parte, a obra descreve os ambientes de um horto florestal, com dicas da vida ao ar livre e práticas com as plantas medicinais. O livro serve para incentivar a preservação das espécies, contendo histórias e conhecimentos da vida de acampamento.
A obra tem ênfase na botânica e nas florestas, e também conduz o leitor a identificar, coletar e preparar as plantas medicinais para a saúde. O livro está disponível para venda através do telefone do autor, (53) 981263823, ou pelo Instagram @tiago_floresta.
O que te motivou a escrever esta obra?
Como cientista, eu tenho mestrado e doutorado. Sempre trabalhei com florestas e meu objeto de estudo sempre foram as florestas. À medida que fui expandindo meus conhecimentos, fiquei curioso sobre outros aspectos do mundo das florestas, especialmente as plantas medicinais. Durante a pandemia, conheci a equipe “Extremo Bushcraft”, um grupo de acampamento e atividades ao ar livre.
Parte dessa equipe, que é mais voltada para atividades ao ar livre, são youtubers e organizam eventos. Eles me convidaram para palestrar sobre plantas alimentícias e medicinais no Horto da UFPel, no Capão do Leão, onde fazemos trilhas de caminhada. Nessa palestra, fiz uma grande revisão bibliográfica sobre as plantas medicinais. No segundo evento, montei uma trilha interpretativa de plantas medicinais e também fiz mais uma revisão bibliográfica.
Chegou um momento em que pensei: “Eu posso escrever um livro sobre isso”. Após a enchente, comecei a escrever algumas páginas e percebi que conseguiria publicá-lo na Feira do Livro deste ano. Me dediquei muito e consegui fazer isso acontecer.
Qual é o objetivo do livro e quais foram as espécies exploradas?
O livro tem como objetivo principal divulgar as plantas medicinais e as florestas ao nosso redor, especialmente aquelas que muitas vezes passam despercebidas, mas possuem grande importância. Ele aborda plantas comuns na vegetação da nossa região, como aquelas encontradas em beiras de cidade, em plantios de eucalipto e pinus, e até em florestas nativas mais jovens.
Tansagem, Cânfora, Carqueja e Guaco são alguns exemplos dessas espécies que têm uma ampla distribuição, não só em Pelotas e Capão do Leão, mas em várias partes do Brasil. A ideia é promover o uso sustentável dessas plantas que estão próximas da gente, incentivando um olhar mais atento para a biodiversidade local.
Qual a importância deste livro?
A importância está no resgate dos conhecimentos tradicionais sobre as plantas, dentro da vertente da permacultura e da agrofloresta, da qual sou ativista. Sempre buscamos aproveitar os vegetais que estão ao nosso redor. O livro resgata o conhecimento de 20 plantas medicinais bastante comuns, apresentando referências bibliográficas e ilustrações de todas as plantas, além de imagens de trilhas e momentos ao ar livre.
Ele reúne um conhecimento regional que agora está disponível para a comunidade, destacando o uso dessas plantas na medicina. É um material regional e ilustrado, algo fundamental, especialmente porque, ao utilizar uma planta medicinal, é essencial conhecê-la bem e identificá-la corretamente. Essa é a mensagem central do livro.