Passaram-se quase 15 dias desde a retomada do BikePel, sistema de bicicletas compartilhadas de Pelotas. Depois de meses de interrupção, adeptos do ciclismo puderam voltar a pedalar pelas ruas da cidade usando o modelo, que é controlado por intermédio da Secretaria de Transporte e Trânsito (STT).
De acordo com a prefeitura, foram realizadas 189 viagens desde o dia 5 deste mês até a manhã da última segunda-feira (23), número que para a administração municipal representa uma adesão positiva dos usuários.
Os horários de maior movimento do serviço BikePel foram identificados entre as 10h e meio-dia, além do período das 16h em diante. Durante esses momentos, os usuários demonstram uma preferência por estações localizadas em pontos estratégicos da cidade, como a Praça Coronel Pedro Osório, o Parque Dom Antônio Zattera e o Shopping Pelotas.
Nos fins de semana, o Laranjal se destaca como o principal destino dos ciclistas que utilizam o serviço, evidenciando a atração da região para quem busca lazer e atividades ao ar livre.
O perfil predominante dos usuários é formado por estudantes, que utilizam o serviço tanto para deslocamentos quanto para momentos de recreação. No caso de Luísa Costa, estudante de 21 anos da UFPel, o primeiro contato com o serviço foi como passatempo no último final de semana. Para ela, a experiência foi positiva e prática.
“Retirar a bicicleta foi bem fácil. Só na hora de devolver que tive uma pequena dificuldade de entender que precisava baixar um botãozinho vermelho que tem na parte de baixo da bicicleta. Mas também, coisa simples, é só olhar com atenção”, conta a estudante.
Ela também narra que o aplicativo do BikePel é intuitivo e simples de manusear. Mesmo assim, sentiu a ausência de outras formas de pagamento, como pix, por exemplo, já que o único método disponível é o cadastro de um cartão de crédito.
Além disso, Luísa comenta sobre já ter usado um sistema similar em Porto Alegre, onde, segundo ela, os bicicletários são mais seguros e centralizados, o que estimula o uso correto e facilita a devolução.
Já em Pelotas, o sistema atual dá margem para que as bicicletas sejam deixadas em locais inadequados, podendo desorganizar o serviço. “As estações também não são muito bem sinalizadas”, acrescenta.
“Por exemplo, tem uma na frente do Carrefour, mas se não tiver nenhuma bicicleta ali é difícil saber que é uma estação do BikePel. Pelo app dá para saber, mas não é algo tão fácil de achar a ‘olho nu’”, diz.
Vale a pena usar o BikePel?
Na opinião da estudante, o sistema de compartilhamento de bicicletas é ótimo para passeios ou programações de fim de semana. Porém, como meio de transporte diário, ela ainda enxerga certas limitações, principalmente em relação à quantidade de estações e localização limitadas.
“Se essa questão de quantidade e localização for repensada e aumentar posteriormente, pode se tornar um meio viável de locomoção no plano mensal”, especula.
Forma de lazer
Para quem tinha intenção de substituir o transporte público pelo plano mensal de 30 dias, mas não o fez pela falta de uma estação próxima, hoje o BikePel é uma incrível ferramenta de lazer.
“Se tivesse mais estações, eu pretendia adotar como hábito utilizá-las, então por enquanto estou usando como forma de lazer nos finais de semana”, completa Luísa.