O rio-grandino Emilio Strapasson comandará a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) pelos próximos quatro anos (2025-2028). A eleição aconteceu no sábado com apenas uma chapa inscrita. O grupo chamado de Avante CBDG e liderado por Strapasson foi aclamado. O vice-presidente será Edson Bindilatti, considerado o maior atleta olímpico do Brasil em Jogos de Inverno, com cinco participações.
A CBDG é responsável no país pela gestão de sete modalidades olímpicas: skeleton, luge, hockey, patinação de velocidade, patinação artística, bobsled e curling. A entidade possui o maior centro de treinamento em esportes no gelo da América Latina, em São Paulo. O novo presidente terá a missão de levar o Brasil para a sua 10° participação em Jogos Olímpicos de Inverno. A próxima edição acontecerá na Itália em fevereiro de 2026.
Esta é a segunda vez que Strapasson assume a presidência. A primeira foi no ciclo entre 2013 e 2017. Ao A Hora do Sul, ele conta que na gestão passada foi responsável pela reestruturação da entidade após um período de intervenção judicial. Em 2025, Emilio substituirá Matheus Figueiredo, também rio-grandino, e que estava como presidente nos últimos sete anos.
Matheus Figueiredo é apontado pelo novo presidente como responsável pelo crescimento da CBDG no cenário nacional, consolidando a entidade como uma das melhores administradas no cenário olímpico brasileiro.
Apesar de ter nascido em Rio Grande, Emilio reside desde 2007 em Pelotas. Agora, para encarar a nova missão, precisará morar em São Paulo. “A CBDG é atualmente uma das grandes entidades brasileiras filiadas ao COB, e ao assumir este desafio decidi me transferir para São Paulo com a família, para me entregar 100% ao projeto”, explica.
A meta é qualificar o maior número de atletas da história e conquistar os melhores resultados entre todas as participações brasileiras, além de preparar a delegação brasileira para Milão-Cortina, locais que sediarão a próxima Olímpiada de Inverno.
Emilio Strapasson foi atleta de skeleton e é pai de Eduardo Strapasson. O jovem de 17 anos segue os mesmos passos no esporte. Ele recentemente conquistou o terceiro lugar no Pan-Americano de skeleton em Park City, nos Estados Unidos, no dia 6 de dezembro.
Eduardo é convocado
Eduardo foi convocado pela CBDG para representar o Brasil na sétima etapa da Copa do Mundo, que será realizada em Saint Moritz, na Suíça, entre os dias 6 e 12 de janeiro. O jovem estará ao lado da também rio-grandina Nicole Silveira e terá a grande oportunidade de competir junto à elite mundial do esporte.
Para coroar a temporada, Eduardo também representará o Brasil no Mundial Sub-20, de 14 a 18 de janeiro na mesma pista de Saint Moritz. “A pista Saint Moritz está para o bobsled e skeleton como o Maracanã está para o futebol”, explica Emilio, pai de Eduardo.
“Estou muito feliz pela convocação e por competir ao lado da Nicole. Ela é meu exemplo e vou aprender muito com ela. Eu sonho em me qualificar para as Olimpíadas na Itália e vou trabalhar muito para isso”, diz o jovem nascido em Rio Grande, mas morador de Pelotas.
A Copa do Mundo terá transmissão ao vivo via streaming no YouTube e no site da Federação Internacional de Bobsleigh e Skeleton (IBSF): ibsf.org.
O skeleton
Na modalidade, o atleta se lança em um trenó (composto por metal e plástico, com peso de 43 quilos para homens e 35 para mulheres) e desce de cabeça a pista. Ele faz de duas a quatro descidas e vence quem tiver o menor tempo no total. Os equipamentos necessários são um capacete de fibra de vidro, uma sapatilha com mini-agulhas na sola para dar tração durante a largada e um speed suit, espécie de macacão cujo tecido é feito para evitar atrito.
Assim como o bobsled, a origem do esporte remonta ao século 19, com a popularização dos trenós como meio de transporte em montanhas. Alemanha, Áustria, Suíça, Reino Unido e Canadá são alguns dos países que se destacam nas principais competições internacionais, mas a modalidade vem se expandindo a outras nações, como Coreia do Sul, Austrália e o próprio Brasil.
“Até o último segundo a gente fica encasacado, totalmente aquecido. Quando apita o sinal a gente tira e corre”, explica Eduardo, citando o chamado push, corrida inicial de 30 metros antes do mergulho no trenó para encarar as curvas. Cada pista tem um trajeto diferente, com sinuosidade e comprimento específicos. A posição do corpo e os movimentos com a cabeça e o ombro, além da pressão feita nas placas do trenó, vão direcionando o atleta.