Alta do dólar não impacta compras nos free shops de Jaguarão
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira23 de Dezembro de 2024

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Alta do dólar não impacta compras nos free shops de Jaguarão

Às vésperas do Natal e com a chegada do verão, consumidores são atraídos pelos preços sem impostos de bebidas e aparelhos de ar-condicionado

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Alta do dólar não impacta compras nos free shops de Jaguarão
Mesmo com alta da moeda americana frente ao Real, fluxo de brasileiros nos free shops se mantém alto. (Foto: Jô Folha)

Com a cotação do dólar a R$ 6,27 esta semana e fechando a R$ 6,07 na sexta-feira, a tendência seria de queda na movimentação nos free shops da fronteira do Brasil com o Uruguai. Mas a desvalorização do real em relação à moeda americana não impactou nas vendas e na movimentação em Rio Branco, que faz fronteira com Jaguarão, neste fim de semana. A isenção de impostos nas mercadorias importadas ainda compensa, segundo os consumidores que aproveitam uma cotação pouco mais baixa (variação de R$ 5,78 a R$ 5,89).

A maioria dos consumidores estava em busca de ar-condicionado e ventilador, que custam em média 40% a menos do preço aplicado no Brasil. Produtos eletrônicos, como televisores, também têm boa saída. As bebidas, como cervejas, eram carregadas em fardos por integrantes das famílias que dividiam as compras para não ultrapassar a cota máxima de US$ 500 por pessoa. Uma marca de cerveja famosa estava por R$ 23,52 enquanto no Brasil o custo varia entre R$ 35 e R$ 40. Pela proximidade do Natal, muitos brasileiros optaram por miudezas, e isso inclui perfumes, brinquedos, roupas de marcas internacionais e destilados.

Movimentação e cotação

O atendente de free shop Wilson Sérgio Machado, 47, diz que ainda tem bastante procura de brasileiros, mesmo com a alta do dólar. “A grande dificuldade hoje no nosso comércio seria a mudança da cotação, que varia muito de um dia para o outro e acaba afetando nossas cotas”, analisa. Na loja, a cotação no sábado estava a R$ 5,89. “O nosso ranking de vendas são todos os eletrodomésticos, além dos eletrônicos, destilados, bebidas e vinhos.” Na entrada, os aparelhos de ar-condicionado são anunciados por R$ 1.590 a R$ 1.790, conforme o modelo.

“Eu acho que ainda fica mais barato aqui, mesmo com a alta do dólar”, diz a auxiliar administrativa Paula Samy, 38. Ela é natural do Rio de Janeiro, mas mora em Pelotas e pesquisava preços de ar-condicionado. “No Brasil não se encontra por esses valores, ainda mais que é ar frio e quente”, comenta. No setor de eletrônicos, quem soube pesquisar encontrou televisores de 32 polegadas por US$ 179.

Já o rio-grandino Diogo Soares, 32, que trabalha na área portuária, foi a Rio Branco a passeio com a família. Para ele, mesmo com a alta do dólar, os preços são os mesmos aplicados em junho deste ano. “Algumas coisas ainda vale a pena comprar, como roupas de determinadas marcas, algumas bebidas, vinhos, champanhe, que seguem com os mesmos valores. Talvez para quem busca revender produtos, deve ser afetado”, observa.

Novembro foi melhor

Em um dos free shops mais antigos de Rio Branco, a gerência considera que o movimento não mudou próximo ao Natal. Outra gerente de loja diz que as vendas foram melhores em novembro.

A mesma observação fez o taxista jaguarense Ari Osvaldo dos Santos Candido, 60. Há dez anos na profissão, ele conta que caiu bastante o fluxo de compradores passando pela ponte, principalmente de excursões. “Mês passado tinha mais movimento na ponte internacional. Hoje (sábado) vi só um ônibus atravessando. Em novembro teve a black friday e o dólar não estava tão alto”, comenta ele ao lembrar que tem dias que atravessa a fronteira dez vezes para levar passageiros e ultimamente essa frequência reduziu para uma ou duas.

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