Charqueada São João estará entre os palcos do Festival de Música do Sesc
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira23 de Dezembro de 2024

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Charqueada São João estará entre os palcos do Festival de Música do Sesc

Proposta da 13ª edição do evento foca nas questões de inovação, sustentabilidade e patrimônio

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Charqueada São João estará entre os palcos do Festival de Música do Sesc
Dentro da proposta de estimular a sustentabilidade, o grupo Gem é uma das atrações (Divulgação)

Sob o conceito Viva a música que pulsa em você, o 13º Festival Internacional Sesc de Música está com algumas novidades importantes na programação, que começa em 20 de janeiro. A proposta é trabalhar questões como a inovação, a sustentabilidade e a relações culturais e patrimoniais da Pelotas contemporânea com a histórica, antecipa o coordenador de Música do Sesc-RS, Anderson Mueller. 

Entre essas novidades está a apresentação de um espetáculo unindo os tambores uruguaios aos gaúchos, na Charqueada São João, que será palco do evento pela primeira vez. “Dando todo esse protagonismo para essa história das charqueadas, do povo negro que esteve tão presente na construção dessa riqueza, vamos fazer esse espetáculo com um grupo de candombe, com a participação do Kako Xavier e a tamborada, do Daniel Amaro (Cia de Dança Afro) e do Preto de Sapato, vai ser um encontro muito interessante. Estamos muito felizes com essa construção”, diz.

Para além da questão cultural, Mueller comenta que as ações do Sesc também são voltadas para o desenvolvimento do turismo no Estado. “A gente entende as charqueadas como um ponto, claro que é bem divulgada, mas é importante que essa rica história esteja neste contexto da programação do Festival. Até porque estaremos recebendo tantas pessoas de fora do Estado, faz-se importante a gente contextualizar”, diz. 

Quando o tema é sustentabilidade, o espetáculo do grupo paulista Gem, que faz sonoridades através de instrumentos construídos a partir de elementos recicláveis, vai ao encontro desse propósito. Outro momento que promete surpreender o público, vai acontecer no Laranjal, onde a organização do evento vai fazer uma homenagem a resiliência do povo gaúcho, com o espetáculo Sul em Concerto, com nomes conhecidos da música gaúcha. 

Além desses concertos, seguem as apresentações dos professores, dos alunos e da orquestra acadêmica e banda sinfônica, em locais como a Bibliotheca Pública Pelotense e o Theatro Guarany, entre outros. Ao todo serão 63 atrações ao longo de 12 dias.  

Aperfeiçoamento técnico

Entre 20 e 31 de janeiro, período do evento, Pelotas vai receber mais de 350 jovens músicos, que buscam aperfeiçoamento técnico nos cursos de especialização musical do Festival. Entre bolsistas selecionados e alunos das Orquestras Jovens do Sesc pelo País, eles representam 20 estados e o Distrito Federal. Há alunos vindos de seis países da América Latina e 15 cidades gaúchas. “Essa grande mistura de etnias, culturas, histórias e talentos, aliada a troca que acontece com os músicos e professores convidados, vindos de diversas partes do mundo, é um dos mais belos aspectos deste festival”, comenta a gerente de Cultura do Sesc-RS, Luciana Stello.

A violonista Medelin Barbosa Petiz, 19, de Pelotas, que participou do 11º e 12º Festival como integrante da Orquestra do Areal, voltará representando a Orquestra Jovem do Sesc de Pelotas, iniciativa inédita que estreia em 6 de janeiro. A jovem Pretendo ingressar na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no curso de Música, no próximo ano. “Para mim, que quero seguir nesse caminho, a Orquestra Jovem Sesc é uma grande oportunidade, parte do início de uma grande trajetória na minha vida”, diz.

Medelin conta que desde criança sempre foi muito ligada à música. “Tive a curiosidade por instrumentos, principalmente pelo violino, sempre me encantou. Mas nunca tive a oportunidade de ter contato com um, nem mesmo nunca tinha visto um até entrar na orquestra”, revela.

O ingresso na orquestra Areal foi um encontro com a vocação musical. “Me encontrei lá, lá descobri que eu só não gostava como hobby, mas que queria levar a música pra vida. Na orquestra não aprendi só sobre música, também aprendi a conviver em grupo, fiz amigos que hoje considero mais que tudo”, diz.

Quadro renovado

No eixo educativo do evento, estão as classes de especialização musical em mais de 20 instrumentos, além canto lírico e da composição e choro. Elas serão conduzidas por professores convidados de diversas nacionalidades. 

Um destaque da edição é a renovação deste quadro. Dos 50 especialistas que estarão à frente das formações, 14 vão estar vivenciando, pela primeira vez, o evento em Pelotas. Entre os estreantes, estão a alemã Sophia Reuter (viola), os argentinos Xavier Inchausti (violino), Ignácio Garcia (trompa) e Julian Medina (contrabaixo), os chilenos Alberto Dourthé (violino) e Gerardo Salazar (percussão), o português Pablo de Leon (violino), o romeno Daniel Jinga (Prática de Orquestra e Banda Sinfônica) e os brasileiros Cassia Lima (flauta), André Mendes (flauta), Cristiano Alves (clarinete), Lucca Zambonini (trompa), Douglas Braga (saxofone) e Guilherme Bernstein (composição).

“Essa renovação no quadro de professores, de edição para edição, é uma característica do Festival Internacional Sesc de Música”, comenta Mueller. “Ela oportuniza novas trocas de experiências e a introdução de novas metodologias de ensino, mantendo o projeto atual e atrativo a estes jovens músicos em formação que estarão conosco. Estamos entusiasmados por receber nomes de tanta relevância que, certamente, somarão muito neste projeto”, completa.

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