Depois de registrar ventos de 81 quilômetros por hora no último domingo (15), o cenário em Pelotas durante a semana foi de retirada de galhos e cortes de árvores, principalmente no Laranjal. Na vila Mariana, por exemplo, os pinheiros da frente de um chalé foram todos suprimidos, em função do risco iminente de atingir a casa. Somente este ano, a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) atendeu 592 solicitações, número que se assemelha a 2023, quando o município passou por dois ciclones. Para compensar as perdas, o Projeto Ciclo Verde está com ações nos balneários.
De acordo com a pasta, todas as situações que envolvam o manejo arbóreo do vegetal, independentemente se em área pública ou privada, exigem vistoria prévia e autorização. O serviço particular para execução do manejo pode ser contratado desde que conste na autorização, segundo confirma a SQA. Em casos de árvores nativas, é preciso ainda um parecer de qual procedimento indicado. A SQA indica que o Laranjal recebe o projeto Ciclo Verde por ser um dos bairros mais arborizados da cidade. Só no balneário Valverde, do final de outubro até o momento foram 2.207 podas e 114 supressões.
O secretário Eduardo Schaefer diz que nesse último evento, com o vento e a chuva que pesaram os galhos das árvores e solo encharcado, foram registradas quatro quedas. “Eu acho que demonstra de alguma forma que a gente vem agindo de forma preventiva, eliminando muitos riscos. É óbvio que isso não resolve todos os problemas, seria preciso mais robustez na estrutura, nas equipes e na capacidade técnica das vistorias”, destaca.
Quase oito mil ações
Em 2023, por exemplo, a prefeitura investiu R$ 1,8 milhão no manejo arbóreo e R$ 530 mil no plantio de árvores. Um levantamento aponta que os bairros Laranjal e Centro foram os que mais receberam ações entre junho de 2021 e fevereiro de 2024 (4.214 e 3.505 podas respectivamente). Para agilizar os pedidos, há um sistema virtual ambiental para cadastramento e gerenciamento de todas as solicitações referentes ao manejo arbóreo em área pública ou privada. Permanência do cadastramento de demandas pelo telefone e presencialmente aos hipossuficientes. O processo poderá ser realizado pelo site pelotas.sislam.com.br, ou pelo telefone 3284-3610.
Trabalho com a CEEE
Os galhos das copas das árvores, em boa parte são responsáveis pela queda da energia elétrica quando há temporais, como o ciclone subtropical Biguá no domingo passado. A SQA informa que a CEEE Equatorial tem licença ambiental estadual para manejo de vegetais em conflito com rede elétrica, porém, deverá ser observada a boa técnica de manejo arbóreo, para não comprometer o equilíbrio e desempenho do vegetal. A empresa foi procurada na quarta-feira, mas não enviou retorno desde então.