Tem ensaio aberto dos alunos da Cia. Cem Caras do Instituto Federal de Educação Sul-rio-grandense (IFSul) em conjunto com os integrantes do Grupo Oficina de Teatro de Pelotas, ambos dirigidos pelo ator Flávio Dornelles, neste domingo (22). No palco do auditório do IFSul, serão apresentados o esquete A menina e a peça Antônio meu santo às 20h30min. Os ingressos, a R$10,00, podem ser adquiridos na hora da apresentação.
Oriunda do grupo Desilab, criado há 50 anos, na antiga Escola Técnica Federal de Pelotas, atual IFSul, a Cia Cem Caras é dirigida por Flávio Dornelles há alguns anos. O diretor explica que a cada semestre a companhia faz demonstrações técnicas, como forma de mostrar a evolução do trabalho. Desta vez, a produção terá a presença do Grupo Oficina.
A companhia apresentará A menina, texto adaptado por Dornelles. O esquete é um exercício de improvisação, que os alunos apresentaram em aula e surpreendeu o professor. O Grupo Oficina de Teatro apresentará um clássico da literatura de cordel, que se passa no mês de junho, no nordeste brasileiro, onde moças solteiras começam a fazer uma novena para Santo Antônio. “É uma comédia para gargalhar do princípio ao fim”, antecipa o diretor.
No elenco estão: Amanda Pilownic, Eduarda Treichel, Gustavo Caetano, Lis Neuwald, Mariana Utiyama, Maurício Signorini, Niege Hackler, Rita Alves e Vinícius Hoffmann. Na equipe técnica estão Endrew Borges (sonoplastia), Guilherme Hornke (assistência de direção), Felipe de Oliveira (contrarregra), Mari Neuwald (vídeo), Fabiano Fio da Navalha (fotos).
Celebração
Para celebrar os 50 anos, no dia 28 deste mês, a Cia Cem Caras vai encenar o espetáculo Nadin Nadinha contra o rei de Fuleiró. Para o próximo ano, Dornelles promete que a companhia vai remontar Fuenteovejuna, encenada pelo Desilab primeira vez em 1983, sob a direção de Valter Sobreiro. A obra arrebatou dois dos principais prêmios do 1º Festival de Teatro de Pelotas (1985), melhor direção e melhor cenografia.
Compartilhar vivências
No IFSul o diretor trabalha com 29 alunos/atores e no Grupo Oficina de Teatro, lotado no Theatro do Guarany, com 15, jovens que não viveram a efervescência do teatro pelotense, das décadas de 1980 e 1990, quando surgiram muitos grupos. Dornelles viveu esse período fértil das artes cênicas pelotenses, diz-se um resistente. “Vivo de teatro há 40 anos em Pelotas. A gente lutou muito, principalmente nesses festivais dos anos 80 e 90 para ter o curso de Teatro (graduação) em Pelotas, me formei na primeira turma, sempre lutando pra não deixar cair”, conta.
Com o fechamento do Sete de Abril a produção teatral do município caiu drasticamente, aponta o diretor. “Foram poucos os resistentes que estão aí ainda na função de não deixar a chama apagar”, fala.
Dornelles diz que tenta passar tudo o que ele viveu no teatro em Pelotas para os seus alunos, não só as experiências, mas documentos e pesquisas também. “Uma base eles têm. Eles estão numa expectativa enorme de que reabra o teatro e volte tudo isso. Eles perguntam: ‘Era tudo isso?’ e eu confirmo que era tudo isso sim. Agora podemos ter a possibilidade de retomar. Rogamos que as novas políticas de cultura que estão vindo por aí tratem com carinho todo esse processo cultural que está defasado em Pelotas”, diz Dornelles.
Prestigie
O quê: ensaio aberto da Cia. Cem Caras com o Grupo Oficina de Teatro
Quando: sábado (21), às 20h30min
Onde: auditório do IFSul, avenida 20 de Setembro, 455
Ingressos: R$10,00
Informações (53) 984083015
