Na contagem regressiva para o Natal, consumidores pelotenses vão às compras e movimentam o comércio na busca das últimas aquisições para as festas. A expectativa de vendas, segundo o Sindilojas, é positiva, mesmo que um pouco abaixo do mesmo período do ano passado. Segundo o presidente da entidade, Renzo Antonioli, a queda foi impactada pelo último domingo, que teve as vendas prejudicadas devido ao mau tempo, o que fez com que as pessoas não saíssem de casa.
Apesar disso, a perspectiva para o restante do período é boa, e com expectativa de crescimento. Na tarde de terça-feira, o Sindilojas fez uma pesquisa com as lojas de pequeno, médio e grande porte, do Centro de Pelotas. Foi verificado o anseio dos comerciantes de vender 4,13% a mais que em 2023. “É um percentual bastante razoável, e um número que temos atingido nas datas comemorativas, como Dia dos Pais, Dia das Crianças e Dias dos Namorados”, aponta Antonioli.
O ticket médio para presentes neste período é de R$185, com confecções, calçados, eletroeletrônicos, perfumes e brinquedos entre os itens mais procurados. Em relação à forma de pagamento, 46% dos consumidores estão optando por métodos à vista, como débito, PIX ou dinheiro, enquanto 54% preferem o parcelamento, seja no cartão de crédito ou nos crediários oferecidos pelas lojas.
Setor de itens esportivos
De acordo com Antonioli, os produtos mais vendidos neste Natal seguem a tendência tradicional, com os itens mais básicos, como confecções, calçados e brinquedos. No entanto, houve uma mudança no setor de lojas de esportes, especialmente com a venda de bicicletas e artigos esportivos. “Nós temos percebido muito essa evolução do culto à saúde, ao corpo, que tem feito com que esses setores tenham aumentado muito também o seu faturamento”, relata.
Olhar do comércio
Segundo Tamires Cardoso, gerente de uma loja de presentes do Centro de Pelotas, a movimentação de clientes está mais tranquila do que normalmente seria no período de Natal, principalmente em comparação ao ano passado. Ela atribui essa diferença a dois possíveis fatores: o aumento dos preços dos produtos, que pode dificultar as compras ao longo do mês, e a antecipação dos consumidores, que parecem não ter deixado a busca pelos presentes para a reta final. “Eu acho que o pessoal, no ano passado, deixou tudo para a última hora. E esse ano já começou tudo mais cedo”, interpreta.
Planejamento e novos hábitos
A consumidora Pâmela de Oliveira, 38 anos, confirma o planejamento de gastos citado pela gerente, e já está com os presentes garantidos. Mãe de três filhos, com idades entre 12 e 19 anos, ela comenta sobre uma mudança de comportamento nas compras de Natal com o decorrer dos anos. Antigamente, ela comprava itens em maior quantidade e mais elaborados, especialmente quando os filhos eram menores. Com todos crescidos, as escolhas são mais simples, e ela opta muitas vezes por dar o dinheiro para que eles escolham o que desejam.
“Eu achei um tanto quanto altos [os preços]. Subiu bastante para comprar uma camiseta. Você pode achar de R$10 a R$100, mas dentro de um padrão que se está acostumado é bem complexo. E aí, claro, acaba nem comprando ou comprando uma coisa inferior por conta do valor”, aponta Pâmela. “No ano retrasado, eu comprava um panetone de R$25. Esse ano não dá, estou comprando um de R$10 para não deixar passar sem”, ilustra.
Outro ponto de vista
Em contrapartida, a gerente de uma loja de variedades, Andressa Reis, observou uma retomada no fluxo de clientes nesta semana. Ela notou que as vendas estavam calmas até o Dia das Crianças, mas agora estão ganhando ritmo, o que pensa ser em função do pagamento de salários e benefícios.
Entre os itens mais procurados pelas pessoas no estabelecimento de Andressa, estão os brinquedos, especialmente aqueles com preços mais acessíveis. Além disso, muitos itens estão sendo adquiridos para doações. Na sua opinião, o cenário já está melhor na comparação com o ano anterior. “A gente está abrindo aos domingos. Neste último, mesmo com o tempo que estava ruim, foi bom o movimento”, revela.