Justiça bloqueia bens do prefeito de Santa Vitória do Palmar
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira18 de Dezembro de 2024

Ação de improbidade administrativa

Justiça bloqueia bens do prefeito de Santa Vitória do Palmar

Ministério Público aponta favorecimento de empresa em licitação do transporte de pacientes; Wellington Bacelo nega as acusações

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Justiça bloqueia bens do prefeito de Santa Vitória do Palmar
Bacelo diz estar seguro quanto à legalidade e transparência. (Foto: Arquivo pessoal)

A Justiça determinou a indisponibilidade de R$ 653,4 mil em bens, de forma solidária, do prefeito de Santa Vitória do Palmar, Wellington Bacelo (MDB), e da proprietária de uma empresa que presta serviços para transporte de pacientes. O bloqueio representa 30% do valor da causa, que é superior a R$ 2 milhões.

O bloqueio se deu a pedido do Ministério Público do Estado (MPRS) em uma ação que investiga suspeita de improbidade administrativa. Segundo o promotor Daniel Soares Indrusiak, entre 2019 e 2023 Bacelo contratou a empresa sem licitação ou seleção criteriosa.

“Foi apurado que a empresa contratada é de propriedade de pessoa que compõe o círculo íntimo de relações pessoais com o prefeito. Além disso, os veículos utilizados pela empresa não possuem condições mínimas de segurança e trafegabilidade”, apontou Indrusiak.

De acordo com o Ministério Público, a prefeitura de Santa Vitória do Palmar realizou processo licitatório no ano passado, e a mesma empresa foi vencedora do trâmite. Segundo a investigação, há indícios suficientes de que a mulher criou a empresa apenas para continuar contratando com o poder público sem a suspeita de favorecimento indevido, fraudando o certame licitatório. “A empresa sequer preenchia os requisitos mínimos exigidos no edital do processo licitatório e, mesmo assim, foi contratada pela Administração Pública”, afirma o promotor.

Prefeito nega as acusações

O prefeito Wellington Bacelo, que está no fim do seu segundo mandato, nega que tenha havido irregularidades na contratação da empresa para o transporte de pacientes. Ele afirma que a relação que tem com a dona da empresa é por ser padrinho de uma criança adotada pela mulher. Segundo ele, a contratação da empresa não causou dano ao erário, já que a empresa de fato prestou o serviço nos valores de mercado, e a empresa já prestava o serviço à secretaria de Saúde antes mesmo de ele assumir o cargo.

O prefeito explica que a contratação do transporte de pacientes para cidades de referência é necessária, e que as contratações eram feitas por levantamento de preços quando licitações davam desertas. “Algumas linhas a empresa ganhou, outras vezes ela perdeu para outras empresas, tudo pelo valor de mercado”, sustenta.

Bacelo diz estar seguro quanto à legalidade e transparência da contratação. “Falar em direcionamento seria colocar em xeque todo o trabalho profissional e a probidade dos servidores de carreira. Quando há licitação, existe pregoeiro, o setor de licitações, com funcionários concursados, quando a gente faz pesquisa de preços, tem todo o setor de compras da secretaria de Saúde, também com servidores de carreira”, defende Bacelo.

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