Faz sentido e é estratégico o movimento de Fernando Marroni (PT) em desmembrar o Turismo para uma pasta própria, fora do Desenvolvimento Econômico e Inovação. O tema já havia sido falado mais de uma vez, tanto neste espaço editorial quanto em reportagens do A Hora do Sul.
Ficava muito escondido em uma secretaria com três frentes que caminham juntas, mas que devem ser pensadas separadamente. O fato é que, se Pelotas quer realmente ser um grande polo turístico e capitanear a região nesse caminho, é preciso pensar com força no turismo. Mas pensar também no longo prazo.
Há a natural – e também justa – crítica à criação de secretarias. Soa utópica a garantia do prefeito eleito de aumentar as pastas sem aumentar custos. Até agora ele não mostrou como fará isso. No entanto, temas essenciais precisam de atenção especial.
Se a aposta será no Turismo como ferramenta de geração de emprego e renda para a cidade, que se dê atenção para ele e se pense numa construção a médio e longo prazo.
Só que há um porém: é improvável, para não dizer que é impossível, que um “all-in” no turismo dê resultados imediatos. A criação da secretaria, nesse momento, só faz sentido se for como um órgão estruturador, voltado a pensar no médio e longo prazo e em uma maneira de integrar os diversos atores.
Algo como faz o Sebrae, mas agora capitaneado pelo próprio município. É preciso pensar em treinamento, infraestrutura, conexão e até publicidade, por efeitos que serão sentidos provavelmente só em próximas gestões.
Pelotas tem muito potencial no turismo, isso é inegável. É uma área que há muito tempo lideranças do setor pedem um olhar especial. Espera-se que agora, com uma secretaria própria, haja um trabalho realmente qualificado, que não seja apenas para dizer que está sendo feito.
Alinhar-se com as potencialidades da região, que tem possibilidades quase infinitas, é o caminho. Apesar de toda essa riqueza, hoje há pouca organização, mas a hora é de começar. Antes tarde do que mais tarde ainda.