Parada de Natal da Lojas Mazza é a mais esperada de dezembro
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Quarta-Feira18 de Dezembro de 2024

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Parada de Natal da Lojas Mazza é a mais esperada de dezembro

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Atualizado domingo,
15 de Dezembro de 2024 às 17:08

Há 50 anos

No dia 15 de dezembro de 1974 foi realizada a chegada do Papai Noel da Lojas Mazza. O cortejo, organizado pela Comissão de Festejos Natalinos da empresa, foi composto por cinco carros alegóricos que desfilaram na seguinte ordem: primeiro, um conjunto de batedores com afinados clarins anunciando a chegada do Papai Noel; após, em viatura ricamente ornamentada, a banda da União Democrata executando músicas natalinas, seguida do presépio vivo, símbolo cristão do Natal e do tradicional pinheiro iluminado e ornamentado.

O carro do Papai Noel, o último, era anunciado pelo Anjo Negro, trazendo uma mensagem de paz, amor e alegria. O personagem principal do evento vinha na alegoria mais alta, com 18 movimentos diferentes, que permitia a aproximação das crianças.

Desde a década de 40

O tradicional desfile surgiu na década de 1940, quando a empresa ainda se chamava Bazar da Moda, fundada em 22 de dezembro de 1907 pelo italiana Raffaele Luigi Caetano Benevenuto Mazza, o comendador  Raphael Mazza. A família Mazza, oriunda do povoado de Torre del Greco, aos pés do Vesúvio, na Itália, migrou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro no final do século 19.

O evento marcou diferentes gerações em Pelotas, pessoas que descrevem o momento como encantador e inesquecível. “Para muitas crianças era o único Natal que eles tinham”, conta a bisneta de Mazza, Andréa Mazza Terra, que por alguns anos desfilou ao lado do “Bom Velhinho”, naquela parada natalina. 

O cortejo passava pelas principais ruas da cidade e terminava na frente do edifício Glória, da rua Andrade Neves esquina Marechal Floriano, onde atualmente está uma unidade da farmácia São João. O prédio recebia o público todo iluminado, das janelas surgia parte da plateia, e da marquise o Papai Noel falava para as crianças e suas famílias. A ação inovadora durou cinco décadas.

Celebrar o Natal era uma tradição cultivada por Raphael Dias Mazza, filho do comendador que, junto com um irmão Geraldo, dirigia o comércio, sob a presidência do patriarca da família. “O evento foi evoluindo de um ano para o outro, o vô era uma pessoa de mente inquieta. Acredito que a ideia e o investimento nesse evento de Natal começa pelas crianças dele, na medida que a mãe e o tio começam a crescer. Ele amava o Natal e gostava das pessoas e dos funcionários dele”, comenta Andrea, filha de Branca Mazza Terra, a primogênita do empresário, irmã de Carlos Mazza.  

“Depois da festa realizada à noite, o ‘bom Velhinho’ ia nos hospitais, nas creches e ao Asilo de Mendigos, onde meu tio, Geraldo, com sua esposa Maria, e o presidente, doutor Carlos Rosselli, e sua esposa, doutora Edi, faziam uma grande festa para os idosos”, escreveu José Antônio Mazza Leite, neto do comendador, em seu livro, Bazar da Moda (2007).

Para saber

  • Em dezembro de 1937, quando a empresa completou 30 anos, foi organizada uma exposição de brinquedos nas vitrines da loja da rua Marechal Floriano, 14, que encantou a comunidade.
  • No dia 22 foi realizado um evento festivo, primeiro para os clientes e no fechamento do dia para os funcionários e imprensa. 
  • Em 1939 foi inaugurado o Edifício Glória, o prédio de linhas sóbrias e retas e fachada de cimento penteado contrastava com os de estilo eclético da região central e inspirava modernidade; o Bazar da Moda passa a ocupar o térreo e o andar superior do empreendimento.
  • Os empreendimentos dos Mazza foram uma das primeiras lojas a aceitar mulheres como funcionárias.
  • Em 1957, o Bazar da Moda transformou-se em Sociedade Anônima, adquirindo o nome de Lojas Mazza S.A. 
  • A Lojas Mazza foi encerrada em 1994
  • Raphael Dias Mazza morreu em  em 21 de julho de 1970, vítima de leucemia aos 52 anos e o comendador, seu pai, aos 86, em novembro do mesmo ano. Ambos eram respeitados e admirados por clientes e funcionários.

Há 100 anos

Princípio de incêndio na rua Paysandu é extinto com baldes de água

Para apagar um princípio de incêndio na chaminé de uma casa na rua Paysandu, 442, foi chamado o Corpo de Bombeiros, que extinguiu o fogo a baldes de água. O incidente ocorreu, por volta das 19h50min, provavelmente no dia 10 de dezembro de 1924. 

Diferentes nomes

A antiga rua Paysandu, hoje conhecida como Barão de Santa Tecla, foi uma das primeiras das 19 ruas da Freguesia de São Francisco de Paula (7 de julho de 1812), nome inicial de Pelotas. 

Em 1815, era conhecida por rua do Açougue ou do Aquino. “Na planta de 1835 figura como rua da Cadeia, pelo fato de haver funcionado, na esquina com a Sete de Setembro, uma primitiva casa de correção”, descreve o historiador Mario Osorio Magalhães no livro Os passeios da cidade antiga. Em 10 de fevereiro de 1861 passou a se chamar Paissandu, somente em 1937 foi renomeada para Barão de Santa Tecla, título do político hervalense Joaquim da Silva Tavares.

Fontes: wikipedia.org; Os passeios da cidade antiga, de Mario Osorio Magalhães; jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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