Pelotas e Rio Grande estão entre os municípios selecionados para a 3ª edição do Estudo de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2024). Conduzida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a pesquisa do Ministério da Saúde pretende visitar 15 mil famílias em todo o Brasil para avaliar as práticas de aleitamento materno, os hábitos alimentares, o estado nutricional e a deficiência de nutrientes em crianças brasileiras de até seis anos e suas mães. Além da UFRJ, participam da coordenação da pesquisa a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal de Goiás (UFG).
No Rio Grande do Sul, além de Pelotas e Rio Grande, mais oito cidades recebem visitas domiciliares, totalizando 1.060 famílias gaúchas. Em cada um dos dois municípios da Zona Sul, serão visitadas 50 famílias de bairros distintos. Em Pelotas, os locais mapeados são os bairros Centro, Guadalajara, Navegantes II, Três Vendas e Jardim de Allah. Na cidade de Rio Grande, as áreas de pesquisa são o Povo Novo, Humaitá, São José Operário, Cassino e Cidade Nova. Os trabalhos começaram no dia 18 de novembro.
Os entrevistadores do estudo estão sempre identificados com camiseta e crachá, para realizar a entrevista com as mães ou cuidadores, com perguntas sobre amamentação e alimentos consumidos no dia anterior, a medida de peso e altura das mães biológicas, crianças e bebês e o agendamento de uma segunda visita domiciliar para coleta de sangue das mães e crianças maiores de seis meses.
Exame de sangue
A coleta de sangue serve para realização de um hemograma completo e análise de marcadores de deficiência de vitaminas e minerais, como ferro e vitamina A. Quando houver necessidade, a família será encaminhada ao posto de saúde para acompanhamento. Além disso, as amostras biológicas vão compor um biorrepositório, onde são armazenados os fluidos, o que permitirá análises complementares futuras.
“É uma pesquisa muito ampla e, depois, tem o exame, desde que haja concordância. Em Pelotas, o laboratório do hospital São Francisco de Paula é quem faz a coleta de sangue. A coleta é feita no domicílio e o resultado também é entregue. A mãe não paga absolutamente nada. E é um exame completo, que a maioria dos planos de saúde não cobre. Pega tudo sobre a criança e sobre a mãe”, garante o coordenador do Enani no Rio Grande do Sul, Ernesto Saraiva.
Depois de concluído o processo geral de absorção de dados, será elaborado o estudo que, posteriormente, norteará um plano de ação do Ministério da Saúde para o combate da desnutrição infantil no país.
Suscetibilidade das crianças
Segundo o coordenador nacional desta edição do estudo, Gilberto Kac, crianças de até seis anos são mais suscetíveis às deficiências nutricionais, especialmente em relação a crescimento linear e micronutrientes essenciais, como ferro, vitamina A e zinco.
“O Enani-2019 mostrou que, naquela época, metade das famílias brasileiras com crianças na faixa etária do estudo vivia em insegurança alimentar. A pesquisa também revelou que 80% das crianças brasileiras menores de cinco anos já consumiam alimentos ultraprocessados e que 10% dos pequenos – e metade de suas mães – estavam acima do peso. Agora, vamos atualizar e aprofundar esse quadro”, adianta Kac, professor titular da UFRJ.
Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2024)
Participam 124 cidades brasileiras
- Dez cidades gaúchas: Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Gravataí, Novo Hamburgo, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, São Leopoldo e Viamão.
- Cinco bairros de Pelotas (50 famílias): Centro, Guadalajara, Navegantes II, Três Vendas e Jardim de Allah.
- Cinco bairros de Rio Grande (50 famílias): Povo Novo, Humaitá, São José Operário, Cassino e Cidade Nova.
- Quando começou: 18 de novembro.
- Linha telefônica gratuita para dúvidas sobre o Enani: 0800-888-0022.