Fachada do Clube Comercial oferece perigo a pedestres

Patrimônio

Fachada do Clube Comercial oferece perigo a pedestres

Parte do reboco do florão de entrada pela rua Félix da Cunha desabou e caiu na calçada

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Fachada do Clube Comercial oferece perigo a pedestres
Parte da estrutura do prédio desabou na calçada da rua Félix da Cunha. (Foto: Jô Folha)

Circular pela calçada do quarteirão da rua Félix da Cunha com General Neto é correr risco. O estado de deterioração do prédio do Clube Comercial deixou de ser só na área interna e partes da fachada estão se desprendendo. Na tarde de quarta-feira (11), dois blocos ornamentados que compõem os florões da edificação construída em 1871, caíram e poderiam ter atingido algum pedestre que passava pelo local, já que é uma área de bastante circulação. A administração do Clube diz que não há verba para fazer reparos e o Ministério Público acompanha o caso. Já a prefeitura vai verificar a situação.

Recentemente, uma placa de 1969, em homenagem ao marechal Arthur Costa e Silva, foi furtada e vendida por R$ 5,00, mas acabou recuperada. O presidente do Clube, Hypólito Jesus do Amaral Ribeiro resolveu arcar com os custos de um vigia no local e, em breve, será inaugurado um salão de eventos pela rua Padre Anchieta, onde o primeiro andar da fachada é protegido por redes. “Por enquanto não temos dinheiro para nada”, revela o presidente, que até falar com a reportagem não sabia do fato.

Quem passa pelo local só lamenta o estado em que ficou o prédio que significou tanto para Pelotas. “É simplesmente horrível. Não existe um prédio como esse aí em outro lugar. É uma coisa nossa de anos e está nesse estado, causando perigo”, diz a aposentada Leonide Pedrosa Fernandes, 70, ao olhar para o alto e tentar descobrir de onde veio os destroços. “É um perigo para os pedestres mesmo. É uma pena. Um prédio lindo está assim, com tantos outros que eles recuperaram”, lamenta.

Administração do Clube
diz que não há verba
para fazer reparos. (Foto: Jô Folha)

Processo em andamento

O Ministério Público acompanha o caso através do Inquérito Civil 00824.003.671/2021, da 1ª Promotoria Especializada de Pelotas e que pode ser acessado na íntegra no site do MP. Uma vistoria foi feita em 29 de agosto de 2024, mas não foi possível obter maiores informações do real estado do prédio. No momento aguarda-se o desenrolar do processo referente à pinacoteca do clube para continuação do expediente, uma vez que a Promotoria apelou a decisão judicial deste ano, que julgou improcedente. O novo expediente- que oferece novo parecer em segundo grau – está em andamento e com prazo de 60 dias para análise.

Sobre algum tipo de intervenção no prédio, a promotoria responsável disse que “em tese pode ser feita”, mas depende de avaliação do estado do imóvel e para isso é preciso aguardar o prazo dado pela justiça. O prédio é inventariado e não tombado e se estiver oferecendo riscos à população, o Ministério Público pode adotar medidas para a preservação da segurança pública, conforme a análise do promotor José Alexandre Zachia Alan, que acompanha a situação.

O que diz a prefeitura

A Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana irá verificar a situação, podendo notificar o proprietário para que tome providências tendo em vista o risco geral à coletividade.

Boa notícia

Parte do quarteirão do Clube Comercial pode voltar à ativa com a parceria entre a diretoria e o cantor Gahuer Carrasco, que tem a intenção de abrir o salão pela rua Padre Anchieta. “A proposta é fazer um espaço para eventos culturais. Nós fechamos essa proposta há duas semanas e já tem movimentação de melhorias”, adiantou o presidente Ribeiro, argumentando que é somente o que pode dizer sobre o Clube Comercial.

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